O governo venezuelano afirmou estar investigando o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, sobre possíveis acusações de traição, após o político ter enviado uma carta ao Senado brasileiro pedindo que a Venezuela fosse impedida de ingressar no Mercosul.
Deputados da Assembléia Nacional venezuelana acusaram Ledezma de conduzir “uma campanha internacional que vai contra os interesses venezuelanos” disse Calixto Ortega, deputado pelo estado de Zulia.
Segundo Ortega, a carta de Ledezma foi recebida pelo presidente do Senado, José Sarney, dia 26 de maio.
Ledezma declarou que seria “muito sério admitir a Venezuela no Mercosul”, pois em sua opinião, “o país está vivendo sob um crescente totalitarismo”.
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“Realmente é o caso de traição contra sua pátria mãe mandar uma carta ao Senado brasileiro pedindo que não incluísse a Venezuela no Mercosul”, disse Ortega .”Em qualquer país do mundo a pessoa não somente seria investigada, como também seria justamente julgada”.
Campanha
Um porta-voz de Ledezma disse que a Assembléia Nacional interpretou mal o tom da carta e que as acusações do governo fariam parte de uma campanha movida contra ele.
Em abril, Ledezma perdeu muito de seus poderes e recursos depois que a Assembléia assinou uma lei que efetivamente dividiu a jurisdição da cidade em dois e permitiu que o presidente Hugo Chávez escolhesse um oficial não eleito para supervisionar a administração da cidade.
“Em uma democracia normal [que uma oposição política fizesse isso] seria inimaginável e inaceitável”, disse Túlio Hernandez, sociólogo e comentarista político do jornal oposicionista El Nacional. “Mas com a inexistência de um sistema judicial correto e justo na Venezuela, a única saída para qualquer venezuelano é apelar para organismos estrangeiros”.
A comentarista política e jornalista Mercedes Chacin discorda. “Isso faz parte de uma política da oposição venezuelana, de alguma forma emotiva, de discórdias ou, neste caso, denegrindo a imagem do presidente da Venezuela através de qualquer tipo de acusação”.
O processo formal de adesão da Venezuela ainda depende da aprovação dos Congressos brasileiro e paraguaio.
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