A bancada da oposição venezuelana rejeitou os apelos à violência e a proposta de um governo interino do candidato derrotado à Presidência do país, Edmundo González Urrutia.
Falando em nome dos 10 partidos que compõem a bancada da oposição na Venezuela, o deputado Juan Carlos Alvarado, do Comitê de Organização Política Eleitoral Independente (Copei), disse nesta terça-feira (07/01) que a extrema direita causou danos profundas à nação e que seus cidadãos “exigem fortemente o surgimento de uma nova Venezuela”.
“É inaceitável um governo interino passado ou futuro que pretenda deslegitimar as instituições do Estado venezuelano e que se atribua qualidades administrativas sobre os ativos da República no estrangeiro”, disse Alvarado.
Os comentários eram uma referência tácita ao encontro de González com o presidente norte-americano Joe Biden na segunda-feira (06/01), quando ele pediu o apoio daquele país e sugeriu um governo interino.
Antes do encontro com Biden, González postou um vídeo em suas redes sociais dirigido às Forças Armadas venezuelanas. Depois, disse aos jornalistas que os Estados Unidos estavam “comprometidos com a recuperação da democracia na Venezuela”.
‘Extremismo transnacional aventureiro’
Alvarado frisou que violência “só piora a situação” e criticou o que chamou de “extremismo transnacional aventureiro” que pode minar a soberania nacional.
A opção, segundo a bancada da oposição, deve ser pelo “diálogo, a negociação e a busca de consensos” porque “é preciso colocar os interesses, os direitos e a prosperidade do povo da Venezuela no centro do debate político”.
“Chega de distorcer, enganar e esconder a verdade do povo da Venezuela!”, disse Alvarado, lendo o documento à imprensa desde o Palácio Legislativo.
Nele, a oposição frisa que seu compromisso é continuar a luta “pelo voto, participação, igualdade e pelo respeito aos direitos humanos e ao Estado de Direito, tal como constam na Constituição”.
Nesse sentido, avaliou positivamente a libertação pela Justiça e Ministério Público de mais de 1.500 pessoas que participaram de violentas ações pós-eleitorais entre 29 e 30 de julho. E pediu celeridade na revisão de outros casos de pessoas que estão presas “apenas por pensar diferente”.
Para a oposição, a solução para o país deve ser construída de forma negociada, sem ingerência externa.