'Desastre humanitário': ONU, China, Egito e mais países repudiam ataque de Israel em Gaza
Bombardeio, com ataques aéreos e de artilharia, rompeu cessar-fogo e matou ao menos 400 pessoas no enclave
O novo bombardeio de Israel contra a Faixa de Gaza, que matou ao menos 400 pessoas nesta terça-feira (18/03), gerou uma onda de manifestações e repúdios por parte da comunidade internacional.
As Nações Unidas, União Europeia, países como China, Egito, Turquia e outros declararam que o ataque israelense uma é “tragédia”, “massacre” e um “desastre humanitário”.
Enquanto o governo dos Estados Unidos, consultado com antecedência por Israel e que deu apoio ao ataque, todos os outros países e organismos internacionais pediram o fim imediato das operações em Gaza e a retomada das negociações para o fim da guerra.
Nações Unidas
O alto comissário para Direitos Humanos das Nações Unidas, Volker Turk, se manifestou por meio de um comunicado após o novo ataque desta madrugada: “estou horrorizado com os ataques aéreos e bombardeios israelenses em Gaza. Isso acrescenta tragédia sobre a tragédia. O pesadelo deve terminar imediatamente”.
Segundo ele, os 18 meses de violência de Israel contra Gaza deixaram claro que não há saída militar para esta crise. “O único caminho é um acordo político em linha com a lei internacional”. Turk também defendeu que os reféns seja libertados imediatamente e incondicionalmente.
União Europeia
Já a União Europeia lamentou a decisão de Israel de retomar a guerra e pediu “moderação”. “Deploramos a retomada dos bombardeios em Gaza, que causaram vítimas civis, incluindo crianças. Pedimos ao Hamas que liberte os reféns e a Israel que mostre moderação”.
China
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que o país estava “muito preocupado” com a escalada de violência.
A chancelaria chinesa pediu que as partes “evitem quaisquer ações que possam levar a uma estalada e previnam um desastre humanitário em larga escala”.
Rússia
Por sua vez, o Kremlin manifestou preocupação sobre o alto número de baixas civis e alertou sobre os riscos de uma “espiral de escalada” no conflito.
“Especialmente preocupantes são os relatos de grandes baixas entre a população civil”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “Estamos monitorando a situação de perto e esperando que ela retorne a um curso pacífico”.
Turquia
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia denunciou que o “massacre” de centenas de palestinos nos ataques dessa madrugada inauguram “uma nova fase” na “política de genocídio” de Israel.
A declaração oficial classifica de “inaceitável” essa nova espiral de violência em um momento em que “se intensificam os esforços para alcançar a paz e a estabilidade global”.
O comunicado afirma que Israel “desafia a humanidade com suas violações do direito internacional” e ameaça o futuro da região com a “nova inaceitável espiral de violência”. O governo turco chamou a comunidade internacional a “tomar uma posição decisiva contra Israel para garantir um cessar-fogo permanente em Gaza e a entrega de ajuda humanitária”.
Por fim, a Turquia reitera “seu apoio inabalável à causa legítima do povo palestino“.

Exército de Israel realizou operação em Gaza, matando 400 palestinos
Egito
Também contra o novo ataque em Gaza, o governo do Egito, que está atuando como mediador do conflito ao lado do Catar e os Estados Unidos, classificou a agressão israelense de uma “flagrante violação do acordo”.
Por meio do Ministério das Relações Exteriores, o país também manifestou preocupação de que esta “perigosa escalada” possa “trazer consequências graves para a estabilidade da região”.
Irã e Jordânia
A chancelaria do Irã afirmou que os Estados Unidos, que deram seu aval ao ataque, têm responsabilidade direta pela “continuação do genocídio nos territórios palestinos ocupados”.
Já o governo da Jordânia disse que o país estava acompanhando desde o início o “bombardeio agressivo e bárbaro de Israel na Faixa de Gaza” e que pediam o fim da agressão.
Bélgica, Holanda, Noruega e Suíça
A Bélgica apelou para as duas partes do conflito para que implementem a segunda fase do acordo, “que deve abrir caminho para a reconstrução e a paz”. O ministro de Relações Exteriores belga, Maxime Prevot, denunciou em sua conta no X “o alto custo humano dos novos ataques”, lembrando que o bloqueio à ajuda humanitária era “uma grave violação do direito internacional”.
Por meio de seu chanceler Casper Veldkamp, a Holanda apelou a “todas as partes para que respeitem os termos do cessar-fogo e o acordo de reféns”, frisando que “todos os civis devem ser protegidos”. “Os reféns restantes devem ser libertados e a ajuda humanitária deve chegar aos necessitados”.
Na Noruega, o primeiro-ministro Jonas Gahr Store lembrou que os palestinos de Gaza “estão quase sem proteção”. “Muitos vivem em tendas e nas ruínas do que foi destruído”, disse, classificando os ataques de “uma grande tragédia.
Já a Suíça falou em um “retorno imediato ao cessar-fogo, a libertação de todos os reféns e a entrega de ajuda humanitária”.
Austrália
“Já houve enorme sofrimento em Gaza, por isso pedimos a todas as partes que respeitem o cessar-fogo e o acordo de reféns que foi estabelecido”, disse o primeiro-ministro australiano Anthony Albanense. Ele acrescentou que a Austrália continuará a fazer representações, defendendo a paz e a segurança na região.
