O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, busca neste sábado (05/11) articular alianças com a oposição para formar um governo de união nacional após obter nesta sexta-feira à noite um voto de confiança no Parlamento e o apoio de todo seu grupo parlamentar.
Papandreou, do Pasok (Partido Socialista Pan-helênico), tinha uma reunião marcada para este sábado com o presidente grego, Karolos Papoulias, a quem falaria sobre sua intenção de iniciar consultas para formar um governo de união nacional, provisório, com um prazo estimado de três meses, que duraria até fevereiro.
A votação apertada da moção de confiança desta sexta-feira, quando o primeiro-ministro recebeu o apoio de 153 deputados e a rejeição de 145, abriu ao chefe de governo a possibilidade de conseguir a aprovação de uma série de leis de reformas e medidas de austeridade, além do acordo obtido em Bruxelas com os parceiros europeus sobre um novo resgate financeiro.
Mas o parlamentar Antonis Samaras, líder do partido ND (Nova Democracia) – que com 85 cadeiras parlamentares é a maior legenda da oposição -, recusou o convite para colaborar e exige a renúncia de Papandreou para formar imediatamente um governo de transição formado por “especialistas”, que aprove o plano de resgate internacional e convoque eleições antecipadas.
O chefe do grupo parlamentar socialista, Christos Protopapas, declarou neste sábado à emissora de televisão Mega que “Samaras será o responsável caso não se forme um governo de cooperação”.
Mas não foi só a Nova Democracia que se mostrou hostil ao governo. Os demais partidos parlamentares de esquerda também descartaram a cooperação e, por isso, Papandreou teria de se apoiar na ajuda de dois partidos de direita: o LAOS (extrema-direita) e a Aliança Democrática (da ex-ministra conservadora Dora Bakoyani).
Com esses dois partidos, junto aos 152 deputados do Pasok, o premiê somaria 172 cadeiras no Parlamento – formado por 300 no total -, conseguindo assim uma margem legislativa mais folgada para governar.
Papandreou expressou seu desejo de que os acordos que tentam salvar a Grécia da quebra e que foram estipulados com a zona do euro – que incluem medidas impopulares de austeridade e uma rígida vigilância de analistas estrangeiros, sejam aprovados por uma grande maioria parlamentar, de 180 cadeiras.
Protopapas, no entanto, revelou que o chefe de Governo pode mudar durante o governo de coalizão. “Papandreou aceita não ser primeiro-ministro nesse governo que se formaria”, declarou o porta-voz do Pasok.
Sem o acordo de um governo estável, a Grécia ficaria sem ajuda externa e o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, ressaltou que o país conta apenas com recursos para pagar suas obrigações até “meados de dezembro”.
NULL
NULL
NULL