Paquistaneses se revoltam contra atentado que matou 40 em procissão
Paquistaneses se revoltam contra atentado que matou 40 em procissão
O ataque de um homem-bomba que matou 40 pessoas em uma procissão religiosa no Paquistão, na manhã desta segunda-feira (28), gerou uma onda de protestos em Karachi, a maior cidade do país, e levou as autoridades locais a pedir calma ao mesmo tempo em que condenaram o atentado.
A explosão aconteceu enquanto centenas de fiéis xiitas acompanhavam a procissão que celebra a Ashura, o aniversário da morte do imame Hussein, neto do profeta Maomé. Essa é a principal festa do calendário religioso xiita, que representa 20% dos 170 milhões de paquistaneses. O número de feridos chegou a 112.
Enquanto autoridades locais pediram que a população mantenha calma, milhares de fiéis protestaram contra o atentado. Segundo a agência de notícias britânica Reuters, houve enfrentamento entre os jornalistas e fiéis. Já a versão digital da emissora local Geo informou que a multidão começou a atirar pedras nos policiais e a incendiar carros e ambulâncias. Houve disparos e alguns edifícios da região também foram incendiados.
Após o ataque, o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, prometeu colocar fim à onda de violência no país. O ministro do Interior, Rehman Malik, assegurou que o atentado foi suicida. Já o primeiro ministro, Yusuf Raza Guilani, condenou o atentado e pediu que a população tivesse calma, evitando protestar durante as festividades religiosas.
Alerta
Segundo o correspondente da rede BBC no Paquistão, Aleem Maqbool, as autoridades locais já temiam um ataque como este durante a Ashura. Por isso, havia cerca de 10 mil policiais durante a procissão, além de medidas de segurança já tomadas nas semanas anteriores.
No Paquistão, as procissões xiitas são frequentemente atacadas por milícias sunitas. Este é o segundo ataque com bomba contra xiitas no Paquistão nas últimas 24 horas.
A explosão reforça os desafios de segurança que o Paquistão, aliado dos Estados Unidos na Ásia, está enfrentando. O país luta contra militantes supostamente ligados à rede Al Qaeda que se abrigam em seu território e sofre pressão norte-americana para ajudar a estabilizar o vizinho Afeganistão, onde a insurgência Talibã está crescendo.
(Texto atualizado no dia 29, às 09h)
NULL
NULL
NULL
