O exército do Paquistão confirmou hoje (17) a prisão do vice-comandante militar do Talibã, o mulá Abdul Ghani Baradar, segunda principal liderança do grupo e o de maior posto capturado desde a invasão anglo-americana ao Afeganistão, no final de 2001.
“Na conclusão de um detalhado procedimento de identificação, foi confirmado que uma das pessoas presas é o mulá Baradar”, disseram os militares, citados pela agência de notícias britânica Reuters. Eles alegaram que, por razões de segurança, não poderiam informar detalhes como o local da captura.
Ontem, a informação sobre a possível prisão do vice-líder havia sido divulgada por autoridades dos Estados Unidos e do Paquistão, mas foi negada pelo Talibã, que informou que Baradar estava no vizinho Afeganistão. Ele teria sido capturado na cidade de Karachi, a maior do Paquistão, durante uma ação de agentes paquistaneses e norte-americanos.
A prisão de Baradar ocorre em meio a uma nova tentativa de negociações de paz entre o Talibã e o governo do Afeganistão. Já o governo paquistanês é aliado dos EUA, embora exista um sentimento antiamericano entre parte da população.
Operação
Conhecido como mulá Baradar Akhund, o suposto preso é considerado o chefe militar da insurgência e vice do movimento liderado pelo mulá Omar. Durante o regime talibã afegão (1996-2001), ocupou o cargo de vice-ministro da Defesa.
A notícia da captura surgiu quatro dias depois do início da ofensiva das forças anglo-americanas e do Exército afegão sobre o reduto talibã de Marja, na província de Helmand (sul). A área é uma importante região de produção de papoula, matéria-prima do ópio, que é fonte de renda para grupos terroristas, guerrilheiros e lideranças locais.
Em comunicado, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) informou que mais três civis morreram na segunda-feira (15) na ofensiva. A Isaf (sigla em inglês para Força Internacional de Assistência à Segurança), missão militar sob comando da Otan, disse que os civis morreram “acidentalmente”. As vítimas se somam aos 12 civis que no domingo morreram depois de uma falha no lançamento de dois foguetes, que erraram o alvo original, um reduto talibã.
Resistência
A Otan também informou ter matado na segunda-feira dez fundamentalistas em três combates separados, enquanto os soldados perseguiam “um comandante talibã” de Helmand. Uma força conjunta foi enviada ao distrito de Washir, também em Helmand, depois que relatórios de inteligência revelaram a presença de insurgentes em vários veículos baleados.
Desde que começou a operação, a Isaf e as autoridades afegãs disseram ter se deparado com uma resistência “esporádica”.
No entanto, o movimento talibã assegurou, em comunicado divulgado pela AIP, que “as forças invasoras não fizeram nenhum avanço espetacular desde o começo da operação” e convocou a “imprensa mundial independente” a se aproximar para comprovar isso.
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