Criados exclusivamente para fins de combate à luta antiterrorista, fundos do governo do Paquistão foram usados de forma inapropriada. De acordo com documentos analisados pela AFP, o dinheiro arrecadado foi gasto com artefatos de luxo, como presentes de casamento, joias e computadores.
Agência Efe
Protestos realizados na quarta (22/1) contra atentados suicidas no Paquistão: enquanto isso, dinheiro para a luta ao terrorismo é desviado
Assolado por inúmeros atentados do Talibã, o país apresenta grande lista de corrupção que envolve o NCMC (Comitê Nacional de Gestão de Crise), órgão desenvolvido para coordenar os gastos e o direcionamento do combate aos ataques terroristas. Com graves problemas financeiros, o Paquistão recebeu dos Estados Unidos uma quantia milionária para auxiliar a economia do país a prosseguir a luta contra os islamitas talibãs e seus aliados da Al-Qaeda.
Entre 2009 e 2013, o governo paquistanês proporcionou 425 milhões de rúpias (aproximadamente R$ 10 milhões) ao NCMC. Contudo, os documentos atestam diversos políticos no esquema de corrupção. O ministro do Interior, Rehman Malik, por exemplo, é acusado de comprar dois relógios para o casamento de seu sobrinho.
Outro caso é do ex-premiê Raja Ashraf, que usou o fundo para comprar três tapetes para o casamento de seu filho e também gastou o equivalente a R$ 10,8 mil em joias. Os arquivos mostram que o orçamento também foi desviado para presentes a diplomatas ocidentais e a jornalistas.
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Histórico
O Paquistão viveu no último ano um notável aumento da atividade terrorista, que interrompeu uma tendência de queda que vinha desde 2010. Nos mais de 1,7 mil atentados registrados em 2013, cerca de 2,5 mil pessoas morreram, 19% a mais que em 2012, segundo um relatório apresentado neste mês por um centro de estudos especializado, o Instituto Paquistanês para Estudos de Paz (PIPS, sigla em inglês).