A Rússia acusou nesta segunda-feira (16/07) as potências ocidentais de exercerem uma “chantagem” para obrigar Moscou a aceitar as sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) contra o governo de Damasco. Países como França e Estados Unidos defendem no órgão das Nações Unidas sanções mais duras contra Bashar al-Assad e uma intervenção militar estrangeira no país.
“Lamentamos muito, mas vemos elementos de chantagem”, declarou o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, afirmando que as potências ocidentais pressionaram a Rússia a aceitar as sanções e que, caso contrário “se recusariam a prolongar o mandato da missão de observadores” na Síria. “Consideramos que é uma atitude absolutamente contraproducente e perigosa”, acrescentou.
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As negociações da semana passada no Conselho de Segurança da ONU sobre um projeto de resolução sobre a Síria se converteram em uma disputa entre os ocidentais e a Rússia. A Síria enfrenta uma violenta crise política desde março de 2011, com rebeldes tentando derrubar o governo do presidente Bashar al Assad. O regime acusa “terroristas” de tentarem desestabilizar o país.
Annan
As declarações de Lavrov foram dadas poucas horas antes de reunião do emissário especial da ONU e da Liga Árabe ao país, Kofi Annan, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. É a segunda visita de Annan a Moscou, nos últimos quatro meses. Annan quer o apoio da Rússia para impedir o agravamento da situação. Porém, as autoridades russas indicam que pretendem manter a posição atual em relação à Síria.
Em comunicado, Putin informou a disposição de manter a atual posição em relação à Síria. “Durante o encontro [entre Kofi Annan e o presidente Putin], planeja-se confirmar uma vez mais o apoio da Rússia ao plano de paz de Kofi Annan sobre a regularização político-diplomática da crise na Síria”, diz a nota. No trecho seguinte, o comunicado informa: “[O governo russo] parte do princípio de que esse plano é a única plataforma viável de solução dos problemas internos sírios”. O texto reforça que, no que depender da Rússia, não haverá intervenção externa na Síria.