A Assembleia Nacional da Coreia do Sul aprovou neste sábado (14/12) uma moção para a destituição do presidente Yoon Suk Yeol, em consequência da tentativa de autogolpe realizada no dia 3 de dezembro, com a imposição de um decreto de lei marcial – medida que foi desfeita naquele mesmo dia, após a repercussão negativa que a iniciativa provocou no país.
Esta foi a segunda moção apresentada ao Parlamento sul-coreano sobre o tema, e foi aprovada com 204 votos a favor e 85 votos contra.
Com este resultado, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o presidente será suspenso das suas funções e terá de aguardar a decisão final sobre o caso, que será tomada nos próximos dias pelo Tribunal Constitucional do país.
Não há um prazo específico para que os magistrados tomem sua decisão, mas a agência de notícias local estima que ela seja conhecida ainda este ano.
Enquanto não se conhece a sentença definitiva, o país será governado pelo primeiro-ministro Han Duck Soo, que servirá como presidente interino.
A agência sul-coreana reporta que após o resultado da votação na Assembleia Nacional foram registradas manifestações em diferentes pontos da capital Seul, a maior delas do lado de fora do edifício sede do Poder Legislativo, onde já havia uma multidão acompanhando a sessão.
Também houve uma marcha a favor do presidente Yoon realizada no centro de Seul, e que reuniu pouco mais de mil pessoas.
Vale lembrar que esta foi a segunda moção para a destituição de Yoon apreciada pela Assembleia Nacional. A primeira foi votada há exatamente uma semana, no dia 7 de dezembro, e acabou sendo rejeitada, com 194 votos a favor e apenas um voto contra.
Naquela ocasião, a maioria da bancada do governista Partido do Poder Popular boicotou a sessão, o que não aconteceu desta segunda vez.
Além da destituição do cargo de presidente, Yoon corre o risco de ser preso, já que existem investigações do Ministério Público e do Gabinete de Investigação Criminal de Altos Funcionários Públicos e contra o político de extrema direita, que apuram se o mandatário teria cometido crime de insurreição.
Reação de Yoon
Cerca de uma hora depois que a Assembleia Nacional aprovou o pedido de impeachment, em discurso gravado e televisionado, o presidente Yoon Suk Yeol voltou a atacar a oposição e a elogiar as conquistas realizadas durante o seu mandato.
“Eu nunca vou desistir. Abraçarei toda a censura, encorajamento e apoio direcionados a mim e farei o meu melhor pela nação até o fim”, afirmou.
Mesmo após a moção aprovada, em sua exposição, o mandatário não pediu desculpas pela crise que instalou no país após a decretação da lei marcial, em 3 de dezembro. Pelo contrário, culpou a ala oposicionista para justificar a decisão tomada naquele dia.
“Alertamos para que parem com essa rebelião antiestatal derivada do partido da oposição. Espero que possamos mudar da política de fuga e confronto para a política de deliberação e consideração”, acrescentou o político de extrema direita.
* Com informações de Yonhap.