Parlamento do Mercosul retoma atividades após falso alerta de bomba
Ameaça aconteceu no dia em que projeto de porto de águas profundas no litoral atlântico uruguaio, com participação do presidente José Mujica, seria discutido
O Parlamento do Mercosul (Parlasul) retomou com normalidade as atividades nesta segunda-feira (09/06), em Montevidéu, depois de receber um falso alerta de bomba, posteriormente descartada pelos bombeiros.
O porta-voz da Dirección Nacional de Bomberos, Leandro Palomeque, informou à imprensa que as pessoas já tinham recebido autorização para voltar ao prédio, e que eles aguardavam o resultado das inspeções feitas pela polícia, bombeiros e técnicos em explosivos do exército.
O falso alerta de bomba obrigou o esvaziamento do edifício minutos antes do início da sessão plenária na qual seria tratado o projeto de um porto de águas profundas no litoral atlântico uruguaio, com a participação do presidente José Mujica.
Após a ameaça, os bombeiros e a polícia foram imediatamente ao local para dar início as buscas a uma possível bomba, enquanto a equipe do Parlasul, funcionários e delegados dos diferentes países do bloco aguardavam do lado de fora do prédio.
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“Perto de uma da tarde (mesma hora em Brasília), recebemos um chamado dizendo que se fizéssemos o porto de águas profundas, o Parlasul voaria em duas horas. Era uma voz gravada, digital. Imediatamente, chamamos à polícia e ocorreu a desocupação”, explicaram à Agência Efe fontes do local. Apesar do perigo, jornalistas, funcionários do Parlasul e parlamentares permaneceram durante três horas, em meio a grande tranquilidade, na porta do edifício à espera do fim da inspeção.
A sessão do Parlasul, organismo composto por representantes de Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, tem como principal ordem do dia o tema do porto de águas profundas projetado pelo Uruguai como principal assunto.
A iniciativa, uma das maiores em infraestruturas impulsionada pelo governo uruguaio, despertou o interesse da Bolívia e, sobretudo, do Paraguai, para poder enviar seus produtos ao Atlântico de forma mais rápida e acessível a partir de seus respectivos países. Na semana passada, foi anunciado que Mujica iria ao Parlasul para expor a importância que tem para o Uruguai e para a região este projeto.
No começo da manhã, a Mesa Diretora do Parlasul também analisou a viabilidade do porto e recebeu uma comissão interministerial que explicou detalhadamente o plano.
O Uruguai planeja construir no departamento de Rocha, mediante a licitação internacional, um porto de carga para dar saída direta ao oceano de produtos como grãos e mineral. A iniciativa foi criticada duramente por grupos ambientalistas e moradores da região, dedicada fundamentalmente ao setor turístico por conta de suas praias, pelos danos que um porto como esse causaria ao meio ambiente.