O Parlamento da Grécia ratificou nesta sexta-feira (25/01) um histórico acordo sobre a mudança de nome da Macedônia, que abre caminho para a inserção da ex-república iugoslava em organismos internacionais.
Apesar dos protestos que tomaram as ruas de Atenas nos últimos dias e custaram a maioria parlamentar do primeiro-ministro Alexis Tsipras, o texto foi chancelado com 153 votos (de um total de 300), graças ao apoio de deputados independentes.
Com isso, a Ex-República Iugoslava da Macedônia (Fyrom, no acrônimo em inglês) passará a se chamar República da Macedônia do Norte. Por sua vez, a Grécia derrubará suas objeções à entrada do país na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e na União Europeia, encerrando uma disputa de quase três décadas.
“A Macedônia do norte que nasceu hoje será um país amigo, aliado da Grécia em seus esforços para o desenvolvimento da região”, disse Tsipras, que elogiou os “corajosos deputados que lançaram as bases para um futuro de paz”. “Hoje estamos escrevendo uma nova página nos Bálcãs. O ódio do nacionalismo dá lugar à amizade”, acrescentou.
O acordo havia sido aprovado pelo Parlamento macedônio no último dia 11 de janeiro, apesar de ter sido rejeitado em plebiscito em setembro passado. Na ocasião, 91% dos votantes aprovaram a mudança, mas apenas 36% do eleitorado participou, impedindo que a consulta atingisse o quórum mínimo de 50%.
Atenas reivindicava exclusividade sobre o termo “Macedônia”, que batiza a parte setentrional da Grécia, e temia que a adoção do nome pela nação vizinha fomentasse pretensões territoriais. Independente desde 1991, a Macedônia só foi admitida na ONU sob o acrônimo Fyrom.
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Protesto em Atenas contra acordo sobre o novo nome da Macedônia