Pela primeira vez na história recente do país, os Estados Unidos responderam por menos de 10% das exportações brasileiras. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a participação do mercado norte-americano nas vendas externas brasileiras caiu de 10,2%, de janeiro a agosto de 2009, para 9,9%, nos oito primeiros meses deste ano.
“Não me lembro de outro momento em que as exportações brasileiras para os Estados Unidos ficaram abaixo de 10%”, ressaltou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral. Segundo ele, a queda da participação não ocorreu porque o Brasil passou a vender menos para os Estados Unidos. “As exportações para os Estados Unidos estão se recuperando em 2010, mas as vendas para outros mercados crescem em ritmo mais acelerado”, explicou.
No acumulado do ano, as exportações brasileiras para os Estados Unidos aumentaram 23,8%, passando de US$ 10,04 bilhões, de janeiro a agosto de 2009, para US$ 12,49 bilhões, nos oito primeiros meses de 2010. No mesmo período, as vendas para o Mercosul saltaram 52,9% e, para o Oriente Médio, cresceram 31,9%. Para a China, atualmente o principal parceiro comercial do Brasil, as exportações aumentaram 28,7% neste ano.
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Na avaliação de Barral, o Brasil está aproveitando a recuperação econômica para diversificar os destinos comerciais. “Há uma diminuição dos Estados Unidos e da União Europeia como os principais destinos das exportações brasileiras”, afirmou.
União Europeia
As exportações para a União Europeia cresceram 21,3% em 2010, mas a participação do bloco econômico nas vendas externas brasileiras caiu de 22,6% para 21,4%. Segundo o secretário, o agravamento da crise econômica na Europa ainda não afetou as vendas para a UE. Em agosto, o Brasil exportou US$ 185 milhões para o bloco econômico, o melhor resultado desde novembro de 2008.
“Apesar de alguns meses de oscilações, as vendas para a União Europeia têm crescido paulatinamente. Até agora, não observamos os efeitos da crise econômica sobre as exportações para a Europa”, disse.
Em 2010, as exportações caíram somente para a África (3,7%). Em agosto, no entanto, as vendas para o continente aumentaram 19,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Para o secretário, ainda é necessário esperar os próximos meses para avaliar se a recuperação é consistente.
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