Quinta-feira, 12 de junho de 2025
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O partido governista sul-africano Congresso Nacional Africano (CNA) anunciou nesta sexta-feira (14/06) que conformará uma coalizão com a sigla Aliança Democrática (AD), para a composição de um novo governo na África do Sul.

O acordo deve significar a reeleição de Cyril Ramaphosa como presidente, mas gerou forte polêmica na opinião pública, já que significaria que o CNA, partido de esquerda criado pelo histórico líder anti apartheid Nelson Mandela, estaria em uma aliança com uma legenda de direita conhecida por representar a minoria branca descendente dos colonizadores do país.

O CNA chegou ao poder em 1994, justamente com a eleição de Mandela, e venceu todos os pleitos posteriores, sempre obtendo maioria absoluta – ou seja, conquistando mais de 50% das vagas no parlamento.

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Este tabu caiu parcialmente nas eleições realizados em maio deste ano: o CNA conseguiu a vitória, mas com um percentual de 40,9% dos votos. Isso obrigou o partido a conformar um governo de coalizão com outros setores para alcançar maioria no Legislativo local.

Governo da África do Sul
Cyril Ramaphosa deve assumir novo mandato de cinco anos como presidente da África do Sul

Curiosamente, o setor escolhido foi o da AD, identificado com a minoria branca sul-africana e defensor de políticas liberais e de direita. O partido teve 21,8% sob a liderança de John Steenhuisen.

Outra peculiaridade dessa decisão é o fato de que o CNA tinha duas outras opções para formar essa coalizão, que significariam tensões, já que são dois partidos dissidentes do próprio CNA: o uMkhonto we Sizwe (MK, por sua sigla em idioma zulu), de centro-esquerda, que ficou com 14,9% e o Lutadores pela Liberdade Econômica (LLE), de esquerda radical marxista-leninista, que obteve 9,5%.

Como os mandatos na África do Sul duram cinco anos, este novo período de Ramaphosa do poder deve se estender até o ano de 2029.