Terça-feira, 17 de junho de 2025
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Em uma longa postagem no Telegram, a primeira desde que foi detido, Durov afirma que é “surpreendente” que o responsabilizem pelo conteúdo publicado por outras pessoas.

“Utilizar leis de uma época anterior aos smartphone para punir executivos pelos crimes cometidos por terceiros na plataforma que administram é uma abordagem equivocada”, escreveu.

Durov, que raramente aparece ou fala em público, também rebateu as acusações de que o “Telegram é uma espécie de paraíso da anarquia”, as qualificando de “totalmente falsas”. Segundo ele, a plataforma exclui “milhões de publicações e canais nocivos diariamente”.

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O empresário negou as acusações da França de que sua empresa não respondia às solicitações de suas autoridades e garantiu tê-las ajudado pessoalmente a “estabelecer uma linha de contato com o Telegram para lidar com a ameaça de terrorismo” no país.

Em tom mais conciliador, Durov também admitiu que o número crescente de usuários do Telegram (que ele contabiliza em 950 milhões no mundo) causou problemas “que tornam mais fácil para os criminosos abusarem da plataforma”.

Pavel Durov, fundador do Telegram, que se pronunciou pela primeira vez desde prisão na França
TechCrunch/Flickr
Pavel Durov, fundador do Telegram, que se pronunciou pela primeira vez desde prisão na França

Ele disse que a questão é uma de suas prioridades, que está sendo trabalhada “internamente” e que pretende revelar mais detalhes em breve. “Espero que os acontecimentos de agosto acabem tornando o Telegram (e a indústria das redes sociais em seu conjunto) mais seguras e fortes”, escreveu.

Mas Durov também advertiu que se o Telegram não estiver de acordo “no equilíbrio adequado entre privacidade e segurança” com os reguladores locais, então “estão dispostos a deixar o país”.

Elon Musk defendeu dono do Telegram

Depois de quatro dias de detenção na França, Durov, de 39 anos, foi alvo de várias acusações de que sua empresa não combateria o conteúdo extremista e ilegal publicado em seu aplicativo. Sua detenção despertou a solidariedade de outro empresário da tecnologia, o dono da rede X, Elon Musk, que publicou comentários com a hashtag #FreePavel (Libertem Pavel).

Durov foi detido no aeroporto de Le Bourget, nos arredores de Paris, aonde chegou em seu avião particular, e foi interrogado nos dias seguintes pelos investigadores. Ele teve direito à liberdade condicional após pagar uma fiança de € 5 milhões (cerca de R$ 30 milhões), com a condição de não deixar a França e se apresentar a uma delegacia duas vezes por semana.