Pelo menos 20.000 imigrantes ilegais, a maioria originária da América Latina, são vítimas de sequestros no México todos os anos, denunciou nesta quarta-feira (17/11) a AI (Anistia Internacional), que estimou ainda que seis de cada dez mulheres que chegam aos albergues para serem repatriadas são abusadas sexualmente.
Alberto Herrera, diretor-adjunto da organização não-governamental, declarou que as agressões contra clandestinos não são cometidas apenas por grupos criminosos, mas também por autoridades municipais e estaduais.
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O ativista ainda lamentou a ampla brecha entre as instituições e a passagem de estrangeiros pelo país, enfatizando que “não existe um acompanhamento das denúncias de ataques, roubos, assaltos, violações, sequestros e assassinatos”.
“E mais, quando alguma dependência inicia uma investigação, esta acaba paralisada porque os molestados tiveram que retornar ao seu país ou continuaram seu caminho aos Estados Unidos”, explicou.
Ainda de acordo com a entidade, nos últimos anos “foi registrado um aumento das queixas de detenções arbitrárias e sequestros que envolveram corporações policiais” locais.
Por sua vez, o presidente do Conapred (Conselho Nacional para Prevenir a Discriminação), Ricardo Bucio, considerou que o massacre dos 72 latino-americanos — entre os quais havia pelo menos cinco brasileiros — em Tamaulipas, fronteira com os Estados Unidos, demonstra “componentes xenófobos”, além de ser um sintoma da “descomposição social” vivida no México.
Herrera e Bucio estiveram entre os participantes da celebração ocorrida na nação norte-americana por ocasião do Dia Mundial para a Tolerância, comemorado em todo o mundo em 16 de novembro.
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