Sergey Dolzhenko / Agência Efe
Homem e criança votam em Kiev; urnas foram abertas às 8h da manhã no país (04h em Brasília)
As eleições que vão definir a nova composição da Rada, Parlamento da Ucrânia, estão sendo realizadas neste domingo (26/10) e são as primeiras eleições legislativas no país desde que os protestos nas ruas da capital Kiev, que levaram à formação do movimento Maidan, determinaram a saída do então presidente Viktor Yanukovich, em fevereiro deste ano. Há sete partidos considerados favoritos a conquistar representação, e a maior parte deles é de tendência pró-Ocidente e europeísta.
O partido que mais vai obter cadeiras no parlamento, segundo as últimas pesquisas, é o Bloco Petro Poroshenko, aglutinado em torno do atual presidente da Ucrânia. A legenda, dizem as pesquisas, receberá de 30% a 50% dos votos. Poroshenko, conhecido no país como “rei do chocolate” por seus negócios no setor de doces, venceu as eleições presidenciais de 25 de maio. Patrocinador da Revolução Laranja de 2004 e do Maidan, ele assumiu como objetivo reformar o governo para solicitar a entrada da Ucrânia na União Europeia em 2020.
Entre os principais candidatos deste bloco está o atual prefeito de Kiev e ex-campeão mundial de boxe, Vitali Klitschko, uma das personalidades das manifestações do Maidan. Na praça, Klitschko fez discursos e tentou intermediar o fim dos confrontos entre manifestantes e as forças da ordem. Outro candidato de destaque pelo partido é Mustafa Dzhemilev, ex-líder da comunidade tártara da Crimeia, população que teme por seu futuro após a anexação da península pela Rússia em março.
Sergey Dolzhenko / Agência Efe
Mulher observa informações sobre candidatos à Rada, o Parlamento ucraniano, em Kiev
Mulher observa informações sobre candidatos à Rada, o Parlamento ucraniano, em Kiev
As pesquisas apontam como a segunda legenda mais votada o Partido Radical, de Oleg Liashko, que obteria 13% dos votos graças a sua posição para com os separatistas pró-Rússia do leste do país, que o levou a criticar duramente Poroshenko por tentar um processo de paz que vê como uma rendição. Liashko chegou a acusar Poroshenko de “queimar soldados ucranianos em fornos crematórios alemães” e de ocultar que 8.000 destes teriam morrido nos combates com os separatistas.
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A Frente Popular, criada pelo atual primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk, obteria 11% dos votos. O político, além de premiê, já foi chefe da Rada e ministro das Relações Exteriores, e também é considerado pró-Europa. Além dele, o partido conta com outros membros do poder atual, como Alexander Turchinov, presidente do Parlamento, e Andrei Parubi, ex-chefe do Conselho Nacional de Segurança Nacional.
Na quarta posição da última pesquisa está uma legenda até agora desconhecida, Autoajuda, liderada pelo prefeito da principal cidade do oeste da Ucrânia (Lviv), Andrei Sadovi, com 8,5%.
Konstantin Grishin / Agência Efe
Integrantes da Guarda Nacional Ucraniana se preparam para votar em zona eleitoral de Kiev
Integrantes da Guarda Nacional Ucraniana se preparam para votar em zona eleitoral de Kiev
O partido da ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, Batkivschina (Pátria), que tem oscilado nas pesquisas, aparece agora em quinto lugar, com 7,5% – em anteriores, era inclusive vista fora da nova Rada. A chapa é liderada por Nadezhda Savchenko, uma piloto ucraniana presa na Rússia. Em junho, a militar foi detida em Lugansk por separatistas e transferida à Rússia, que a quer julgar como suposta responsável pela morte de dois repórteres russos que cobriam a guerra.
O Bloco Opositor, no qual se refugiaram alguns dos membros do anterior Partido das Regiões de Yanukovich após seu desmantelamento, entraria na Rada liderado por Yuri Boiko, ex-vice-primeiro-ministro, com 6% dos votos.
A legenda Ucrânia Forte, do ex-governador do Banco Central da Ucrânia Sergey Tigipko, seria a outra representação dos setores pró-Rússia na Rada, se obtiver os 5,8% dos votos atribuídos por uma das últimas pesquisas.