Petro não reconhece vitória de Noboa: 'não há eleições livres sob estado de exceção'

Na noite desta terça-feira (15/04), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que não pode reconhecer a vitória de Daniel Noboa porque as eleições e a contagem de votos foram comandadas sob estado de emergência pelo Exército no país.

“A OEA aponta irregularidades nas eleições do Equador. Foi declarado estado de emergência em sete províncias. O exército comandou o dia da eleição, as seções eleitorais durante as eleições e a contagem dos votos. Não há eleições livres em estado de sítio. Não posso reconhecer as eleições no Equador”, postou o presidente colombiano, às onze horas da noite de Brasília, na plataforma X.

Desde o anúncio da vitória de Daniel Noboa, a candidata do Movimento Revolução Cidadã (RC) Luisa González, partidos de esquerda e movimentos sociais dentro e fora do país denunciam fraude eleitoral. González obteve 44,35% dos votos contra 55,65% do atual presidente equatoriano.

Na mensagem, Petro inseriu um vídeo com os pontos levantados pela Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) que devem “remediadas” em futuras eleições. A entidade rejeitou as alegações de fraude eleitoral, mas apontou vários senões como a “falta de clareza quanto às licenças de campanha, o uso de recursos públicos e a realização de eleições em estado de emergência”.

O líder colombiano destacou o bom relacionamento com Noboa durante o primeiro mandato do equatoriano, mas afirmou ter recebido relatos “preocupantes” dos observadores enviados pela Colômbia ao Equador no último domingo. Ele pediu ao governo vizinho que “entregue as atas de cada seção eleitoral para verificação”.

Na tarde da segunda-feira (14/04), a ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Laura Sarabia, havia postado uma mensagem na plataforma X reconhecendo o resultado eleitoral no país. “Parabenizamos o novo presidente da República do Equador, Daniel Noboa. O povo irmão do Equador sempre poderá contar com a Colômbia para trabalharmos juntos por uma América Latina livre, soberana e pacífica”, dizia o texto.