Petro orienta população a se organizar após a rejeição da reforma trabalhista pelo Senado
Em placar acirrado, 49 x 47, senadores negaram consulta popular e arquivaram proposta em pleito acusado de fraudes
O presidente Gustavo Petro, da Colômbia, convocou a população a se organizar contra a decisão do Senado que vetou, nesta terça-feira (14/05), a consulta popular sobre a reforma trabalhista proposta por seu governo.
Com 49 votos contrários ante 47 a favor, os senadores rejeitaram a consulta popular em curso desde abril no país, e arquivaram a reforma trabalhista.
O governo apresentou a reforma, inicialmente, como um projeto de lei no Congresso. Diante de sua rejeição, ele deu início à consulta popular, agora negada pelos senadores.
Como explicou Petro, a consulta popular define basicamente três questões: “se as pessoas têm direito a uma jornada de oito horas, se o jovem trabalhador tem direito a um salário e se o camponês tem direito a uma pensão”.
Segundo ministro do Interior do país, Armando Benedetti, houve fraudes no pleito. As votações foram suspensas antes de que todos os senadores tivessem votado, quando a oposição vencia o placar. Além disso, ele afirmou ter visto um voto de ‘não’ ser contabilizado após o encerramento da votação.

Marcelo Frazão / Agência Brasil
Calma e organização
Frente ao resultado, centenas de pessoas foram às ruas de Bogotá para protestar contra o veto do Senado. Com a decisão, a reforma trabalhista, já arquivada pela Casa em 2023, volta à estaca zero e precisará passar por uma nova comissão.
De Pequim, onde participou nesta semana do Fórum China-Celac, Petro acompanhou os desdobramentos. Ele pediu aos colombianos que “mantenham a calma, reúnam-se em praças públicas, organizem-se e tomem decisões”.
Nas redes sociais, no começo da noite, o presidente colombiano reiterou o pedido. “Agora com tranquilidade, mas sabendo que os direitos não são implorados, cabe ao povo se reunir nos bairros em todos os municípios da Colômbia, e tomar a decisão que corresponde à resposta do Senado da República”, disse.
“Vou me encontrar pessoalmente com o conselho popular da cidade de Barranquilla. Lá ouvirei a decisão popular como chefe das forças militares da Colômbia e presidente legítimo da República e acatarei a decisão dos conselhos populares de todo o país. Os direitos não são implorados, nem o constituinte primário é silenciado”, garantiu.
