O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se viu envolvido em uma polêmica nesta quarta-feira (03/07) devido a vídeos e fotos difundidos por setores opositores onde se vê uma pessoa parecida a ele andando de mãos dadas com uma mulher trans no centro da Cidade do Panamá.

As imagens mostram um homem de feições parecidas às do mandatário colombiano e com uma camisa também similar à que ele usava quando pousou na capital panamenha, para onde ele viajou para acompanhar a cerimônia de posse do presidente José Raúl Mulino, na última segunda-feira (01/07).

Não é possível confirmar que a pessoa registrada era mesmo o presidente da Colômbia, devido à pouca luz noturna no momento em que as imagens foram gravadas e porque o homem retratado utiliza um boné que esconde parte do seu rosto.

Ademais, as publicações difundidas em correntes de whatsapp asseguram que a mulher trans mostrada nos vídeos e fotos seria uma pessoa famosa na Colômbia: a modelo e apresentadora de televisão Linda Yepes. Porém, tampouco é possível confirmar essa informação a partir da qualidade das imagens.

🇨🇴🇵🇦 Petro llegó a Panamá para asistir a la posesión del nuevo presidente electo y lo registraron tomando de la mano y abrazando por la cintura a un transexual. pic.twitter.com/JAK82x7mEr

— Progresismo Out Of Context (@OOCprogresismo2) July 1, 2024

Apoiadores de Petro acusam setores da extrema direita ligados ao ex-senador Álvaro Uribe de fazer uma montagem para tentar afetar a sua imagem com o público católico e evangélico do país.

Petro: ‘jamais serei transfóbico’

Em resposta à polêmica gerada a partir dos vídeos e fotos, o presidente Petro respondeu com uma longa mensagem publicada em suas redes sociais, na qual se afirma como homem hétero, mas acrescenta que não utilizará “palavras transfóbicas” para defender sua sexualidade.

“Sou heterossexual, mas jamais se ouvirá de mim, ou lerá em minhas mensagens, uma única palavra transfóbica. Porque, nesse caso, eu não só deixaria de ser homem, mas também humano”, afirmou o mandatário colombiano.

Petro também disse que “todo progressista sabe que os seres humanos são iguais e que a luta por essa igualdade implica emancipação física e mental e, portanto, ninguém que se considera humano pode generalizar a transfobia em mentes fracas, ou a escravidão e a discriminação. Esta ação não expressa animalidade, mas brutalidade. É por isso que eles assassinam aqueles que são diferentes, e o fazem aos milhões. É por isso que existiram e ainda existem os nazistas”.

“Essas milhares de mensagens transfóbicas que se propagaram por iniciativa de setores de direita, profundamente excludentes, ignorantes e discriminatórios, devem ser rechaçadas”, completou o presidente da Colômbia.

Siempre he considerado que la intimidad es la “última ratio” de la libertad, la última trinchera del ser libre, y conservaré este principio hasta que escriba de mi mismo o muera.

Pero estos miles de mensajes transfóbicos que han estallado en manos de una sociedad de derechas,… https://t.co/o94OztkGpA

— Gustavo Petro (@petrogustavo) July 3, 2024