Quinta-feira, 19 de junho de 2025
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A Petrobras anunciou hoje (8) que vai começar, no início de 2010, os estudos prévios em busca de petróleo em águas profundas no Uruguai e garantiu que vai manter seus investimentos na Argentina.

Segundo o diretor da área internacional da companhia, Jorge Luiz Zelada, os estudos sísmicos no Uruguai começarão a ser organizados após a assinatura dos contratos com a estatal uruguaia Ancap (Administração Nacional de Cimento, Álcoois e Petróleo).

“Temos presença em todos os países da América do Sul e a intenção é continuar aumentando a participação. Nesta semana, assinaremos o contrato para explorar em águas profundas no Uruguai, assumimos ativos de distribuição no Chile, continuaremos na Argentina e temos projetos de prospecção no Peru”, afirmou Zelada em entrevista coletiva no Rio de Janeiro.

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Com 40% de participação, a Petrobras integra um consórcio com a argentina YPF, que também possui 40%, e a portuguesa Galp, com 20%, que assumiu as concessões para explorar duas áreas em águas profundas no Uruguai, na região de Punta del Este.

“Após a assinatura do contrato, poderemos planejar os estudos sísmicos para o início de 2010. Também vamos comprar as informações que estejam disponíveis sobre essas áreas. O grande problema é que se tratam de áreas totalmente desconhecidas, sobre as quais há poucas informações. Não sabemos se as jazidas em frente à costa brasileira se estendem em direção ao sul”, acrescentou Zelada.

Em julho deste ano, a Petrobras venceu a Ronda Uruguay 2009, como é chamado o processo de licitação do governo do Uruguai para exploração e produção de petróleo e gás natural em blocos da plataforma continental do país, nas bacias sedimentares de Pelotas (RS) e Punta del Este.

Agora, a estatal brasileira tem quatro anos para realizar estudos e decidir se realizará atividades de perfuração.

Apesar de a produção da refinaria La Teja, em Montevidéu, ter aumentado nos últimos dois anos, o Uruguai importa quase todo o petróleo que consome e, por isso, o preço dos combustíveis é frequentemente afetado pelas oscilações em sua cotação internacional.

Fronteiras

Mesmo com os investimentos na camada do pré-sal, Zelada garantiu que a exploração nos países vizinhos ainda são foco da estatal brasileira.

“Apesar dos enormes recursos necessários para explorar as jazidas do pré-sal, os outros países da América do Sul continuam sendo uma prioridade para a Petrobras, e vamos manter nossos investimentos na região”, afirmou.

O pré-sal é o horizonte de prospecção em águas muito profundas junto ao litoral brasileiro, no qual a Petrobras descobriu reservas que, nas áreas já conhecidas, podem chegar a um volume entre 50 e 80 bilhões de barris de petróleo, o que representa aproximadamente cinco vezes as reservas comprovadas brasileiras (14 bilhões de barris). As novas reservas em águas nacionais serão o destino da maior parte dos 174,4 bilhões de dólares em investimentos que a empresa planeja realizar entre 2009 e 2013.

Argentina

Zelada também disse hoje que, apesar de a Petrobras Energia ter vendido no mês passado uma unidade de adubos à filial argentina Bunge, a intenção da empresa é manter seus investimentos no país vizinho.

“A fábrica de adubos na Argentina foi vendida porque surgiu uma oportunidade para maximizar o valor da empresa e a aproveitamos. Mas não pretendemos sair da Argentina”, afirmou.

O executivo assegurou que a empresa brasileira vai concentrar investimentos na Argentina, principalmente em prospecção e exploração, e negou que a empresa tenha perdido participação no mercado do país.

“Nossa participação no mercado argentino é estável. O mercado como um todo encolheu, mas nossa participação se manteve”, afirmou.

Petrobras fará prospecção em águas profundas do Uruguai em 2010

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