Sexta-feira, 4 de julho de 2025
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A economia da China cresceu 7,9% no segundo trimestre desse ano, em comparação ao mesmo intervalo de 2008. O número também representa uma aceleração se comparado com a alta de 6,1% registrada nos primeiros três meses de 2009, de acordo com dados divulgados pelo governo. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) chinês no segundo trimestre foi levemente mais alto que a média das previsões dos economistas, que esperavam uma alta de 7,7%. No primeiro semestre de 2009, a economia chinesa cresceu 7,1% ante igual período do ano passado. 

 

O crescimento do PIB se acelera, assim, pela primeira vez, após dois anos e meio em que esteve diminuindo. A taxa de crescimento e outros indicadores macroeconômicos divulgados hoje (16) mostram que a economia chinesa “está mudando para uma situação melhor e se estabilizando”, destacou o porta-voz Escritório Nacional de Estatísticas, Li Xiaochao, ao apresentar os dados, em entrevista coletiva.

 

Entretanto, ainda há dados que continuam mostrando volatilidade na economia chinesa, como o do comércio exterior, pilar do país asiático e que segue sem mostrar melhoras. Entre janeiro e junho, o comércio exterior diminuiu 23,5% em comparação ao mesmo período de 2008, chegando a 946,1 bilhões de dólares. As exportações tiveram uma queda de 21,8%, para 521,5 bilhões de dólares, enquanto as importações caíram 25,4%, a 424,6 bilhões de dólares. Também continua a deflação, com uma perda de 1,1% no IPC (Índice de Preços ao Consumidor) ao longo do semestre. Só em junho, a queda foi de 1,7%.

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Li disse que em maio, com o aumento da produção industrial, começou-se a reverter as tendências negativas no crescimento nacional, e ressaltou que medidas estatais como a concessão de ajudas para estimular o consumo das famílias rurais e as ajudas fiscais à exportação foram fundamentais para a recuperação. O valor acumulado do PIB na primeira metade do ano chegou a 13,98 trilhões de iuanes (2,04 trilhões de dólares), um aumento de 7,1% anualizado para a terceira maior economia do mundo. Suas reservas de capital estrangeiro cresceram 17,8% em relação a junho do ano passado, se tornando as maiores do mundo: mais de dois trilhões de dólares, segundo o banco central chinês.

 

Varejo

 

Compensando a queda das exportações, a China registrou na primeira metade do ano crescimentos de dois dígitos em outros dois setores fortes de sua economia, o investimento e o consumo interno. O investimento em ativos fixos aumentou 33,5% durante o semestre, para 9,13 trilhões de iuanes (1,33 trilhão de dólares). 

 

O indicador do consumo, as vendas a varejo, aumentou 15%, para 5,87 trilhões de iuanes (560 bilhões de dólares), em comparação ao mesmo período do ano passado, depois de avançar 15,2% em maio. A previsão dos economistas era de expansão de 15,3% nas vendas. O governo chinês informou também que a produção industrial de valor agregado cresceu 10,7% em junho em relação ao mesmo mês de 2008, superando a previsão de alta de 9,5% e o aumento de 8,9% de maio. As informações são da Dow Jones.

 

A produção industrial, por outro lado, cresceu 7% no semestre e, em junho, conseguiu retornar às altas de dois dígitos (10,7%). A renda per capita disponível da população urbana chinesa cresceu 9,8% durante o semestre, para 1,296 mil dólares, enquanto a da população rural – que representa mais de 60% no país mais povoado do mundo – aumentou 8,1%, para 400 dólares.

 

Emprego

 

O porta-voz não informou números exatos sobre o emprego, depois que, no começo do ano, informou-se que a crise das exportações chinesas tinha deixado sem trabalho 20 milhões de imigrantes.

 

Li afirmou que, no primeiro semestre, tinham sido criados 3,78 milhões de empregos, e que a situação do mercado de trabalho é “basicamente estável”.

 

”Alguns setores, no entanto, não sentem ainda sinais de recuperação econômica, sinal de que o crescimento ainda não é equilibrado”, disse.

 

Vazamento de dados

 

O país informou que punirá os responsáveis pelo vazamento dos dados sobre o crescimento do PIB, disse Li Xiaochao, porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas. A China tem uma legislação sobre segredos de Estado, mas não está claro o que é um segredo de Estado nem se o governo consideraria que isso inclui as informações que mexem com o mercado, como as relativas ao PIB. 

 

Na manhã da última terça-feira, o jornal “Beijing Times” informou corretamente, citando uma fonte não identificada, que a economia chinesa cresceu 7,9% no segundo trimestre ante o mesmo intervalo do ano passado, antes de os dados serem divulgados pelo escritório de estatísticas.

No mesmo dia, o jornal de Hong Kong “Ming Pao Daily” informou que o PIB da China cresceu 8,3% no segundo trimestre, citando fontes do mercado. “Eu e meu escritório também vimos estas notícias”, disse Li durante entrevista coletiva sobre os números do PIB. Ele não especificou, porém, quem seria punido pela divulgação dos dados. 

 

PIB chinês cresce 7,9% no segundo trimestre

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