O partido Podemos, que negocia com o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) a formação de um governo para a Espanha, sugeriu, nesta segunda-feira (16/02), que o eventual novo Executivo realize um referendo na Catalunha para tratar da questão da indepência da comunidade autônoma.
“Nestes momentos, é imprescindível a convocatória de um referendo com garantias na Catalunha que permita seus cidadãos exercerem o direito de decidir sobre seu futuro político”, diz a proposta do Podemos ao PSOE. De acordo com o partido, a intenção é permitir um “debate real sobre as diferentes opções desde um espaço de consenso”.
Agência Efe
Pablo Iglesias e Pedro Sánchez negociam formação de governo
Além disso, o Podemos está sugerindo um “governo de mudanças”, com alterações na estrutura ministerial do governo e a criação dos Ministérios da Plurinacionalidade, Administrações Públicas e Municipalismo.
O Ministério da Plurinacionalidade — que ficaria encarregado de organizar o plebiscito na Catalunha —, deve abordar a “questão da coesão territorial e busca de um novo encaixe para todas as nações, comunidades políticas e territórios. É um processo que deve partir do reconhecimento das diversas realidades nacionais, onde todas as comunidades nacionais possam se desenvolver; é uma obrigação com a nossa própria identidade como país”.
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O documento da coalizão, que também inclui outros partidos menores de esquerda, coloca Pedro Sanchéz, líder do PSOE, como chefe de governo; e Pablo Iglesias, líder do Podemos, como vice. Sanchéz tem autorização do rei espanhol, Felipe VI, para tentar formar governo.
Mariano Rajoy, o atual presidente de governo do país, do conservador PP (Partido Progressista) e totalmente contrário a qualquer discussão que envolva a independência catalã, tentou formar governo, mas não obteve sucesso.
Sánchez tem ate o final deste mês para concluir sua proposta de governo com o PSOE e aliados. Com o documento pronto, ele deverá convocar a primeira eleição no Congresso, momento em que precisará de maioria absoluta para ser eleito. Caso não o seja, uma nova votação ocorrerá 48 hora depois, e ele precisará apenas de uma maioria simples.
Se, mesmo assim, Sánchez não conseguir se eleger e nenhum outro candidato conseguir fazê-lo em até dois meses, novas eleições legislativas serão convocadas para junho e o processo irá recomeçar.