Roberto Almeida/Opera Mundi
Ativistas pelos direitos humanos em frente à embaixada equatoriana em Londres dizem que a polícia britânica não pode entrar na representação diplomática para prender o jornalista australiano Julian Assange. Uma tropa de policiais está dentro da embaixada há uma hora, segundo os ativistas. A atividade policial na área é muito superior ao normal.
[Policiais em frente à Embaixada do Equador em Londres]
“A lei que eles estão usando para entrar na embaixada só seria usada em caso de guerra, porque a invasão de uma representação diplomática só seria considerada normal se a propriedade fosse considerada 'defunta', por questões de abandono ou guerra”, afirmam os ativista, em interpretação preliminar.
Em carta à chancelaria equatoriana o governo britânico diz: “devem estar conscientes de que há uma base legal no Reino Unido – a Lei sobre Instalações Diplomáticas e Consulares de 1987 (Diplomatic and Consular Premises Act 1987) — que nos permitiria tomar ações para prender o Sr. Assange nas instalações atuais da embaixada”. Leia a íntegra em português do documento.
O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, afirmou que o documento é “uma ameaça expressa e por escrito” por parte do Reino Unido. De acordo com o embaixador, o governo britânico disse que poderia “invadir nossa embaixada do Equador em Londres caso Julian Assange não seja entregue”.
O caso
Assange, que lançou o Wikileaks em 2010, é procurado pela Justiça da Suécia para responder por um suposto crime sexual. Ele ainda não foi acusado ou indiciado. No Reino Unido, ele travou uma longa batalha jurídica contra sua extradição para o país escandinavo, que se recusava a interrogá-lo em solo britânico. No entanto, a Suprema Corte do Reino Unido decidiu que ele deveria ser extraditado. Há sete semanas, o jornalista buscou asilo na Embaixada do Equador em Londres, em uma jogada classificada como “tenaz” pela imprensa local.
Assange teme que, após ser preso na Suécia, os Estados Unidos peçam sua extradição, onde poderá ser julgado por crimes como espionagem e roubo de arquivos secretos. O Wikileaks obteve acesso e divulgou centenas de milhares de arquivos diplomáticos norte-americanos, muitos deles confidenciais.
Roberto Almeida/Opera Mundi
Repórteres em frente à embaixada equatoriana em Londres. Governo britânico ameaçou entrar na representação diplomática para prender Assange
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