A Polícia Federal (PF) confirmou que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro tentaram negociar uma nova joia nos Estados Unidos. A informação foi revelada pela diretoria-geral da PF, nesta terça-feira (11/06), após diligências no país norte-americano no âmbito da investigação que apura a tentativa de apropriação indevida de bens materiais de alto valor recebidos pelo então mandatário brasileiro em viagens oficiais.
A descoberta ocorreu em maio, quando a corporação cumpria um mandado de busca e apreensão em lojas do exterior, por meio de um trabalho conjunto com o Departamento Federal de Investigação (FBI, por sua sigla em inglês).
“A nossa diligência localizou que, além dessas joias que já sabíamos que existiam, houve negociação de outra joia que não estava no foco dessa investigação. Não sei se ela já foi vendida ou não foi. Mas houve o encontro de um novo bem vendido ou tentado ser vendido no exterior”, afirmou o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, à imprensa. Ainda segundo ele, a descoberta robustece as investigações que já estavam em andamento, tendo a previsão de que o inquérito seja concluído em julho.
De acordo com a PF, a suspeita é a de que a joia em questão tenha sido presenteada a Bolsonaro por autoridades do Oriente Médio.
Durante a operação, policiais trabalharam na obtenção de depoimentos de comerciantes, acesso a imagens de câmeras de segurança e informações referentes a movimentações financeiras de possíveis envolvidos no caso.
Segundo o jornal O Globo, “auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram comercializar ao menos quatro itens, sendo dois entregues pela Arábia Saudita e dois pelo Bahrein”.
“Entre os presentes negociados, estão relógios das marcas Rolex e Patek Phillipe, para a empresa Precision Watches, no valor total de US$ 68 mil, o que corresponde na cotação da época a R$ 346.983,60”, afirma o veículo.
Vale lembrar que o ex-mandatário brasileiro ainda está envolvido em outros dois inquéritos relacionados à fraude no cartão de vacinação e tentativa de golpe de Estado contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Operação Lucas 12:2
Em agosto de 2023, a PF realizou uma operação que atingiu nomes próximos a Bolsonaro.
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agentes cumpriram uma série de mandados de busca e apreensão relacionada a um esquema de venda de bens entregues por autoridades estrangeiras ao ex-presidente.
A ‘Operação Lucas 12:2’, em referência a um trecho bíblico que diz que “não há nada escondido que não venha a ser descoberto”, teve, inclusive, como alvos o pai do ex-auxiliar de ordens Mauro Cid, o ex-advogado da família do ex-presidente, assim como um de seus assessores.