Nesses Jogos Olímpicos de Paris 2024 muito se falou sobre as premiações em dinheiro que serão recebidas pelos atletas medalhistas. No entanto, o valor dos impostos a serem pagos por eles vem gerando polêmica. Tanto que, no Brasil e na França, políticos se mobilizam para liberar os campeões da “mordida do leão”.
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quinta-feira (08/08) uma medida provisória (MP) para isentar os medalhistas de impostos nos prêmios do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Paralímpico Nacional (CPB) deste ano. Ainda que medalhas, troféus e prêmios recebidos pelos atletas no exterior fossem isentos de impostos federais, os valores em dinheiro devem ser comunicados na declaração do Imposto de Renda.
Assim que os valores das premiações dos atletas começaram a ser divulgados, a cobrança de 27,5% foi lembrada, com cobranças, nas redes sociais, à Receita Federal, de que o ideal seria isentar os campeões olímpicos. Com isso, a própria Receita precisou se pronunciar e informar que a decisão é determinada pela legislação brasileira. Isso gerou uma reação do governo federal, que culminou na assinatura da MP.
Valores
Um atleta brasileiro ganha R$ 140 mil pela conquista do bronze, R$ 210 mil pela prata e R$ 350 mil pelo ouro.
Na França, o bronze vale € 20 mil, a prata € 40 mil e o ouro € 80 mil.
O deputado dos Republicanos (LR, de direita), Olivier Marleix, também propôs, na terça-feira (06/08), uma lei para isentar de impostos os campeões olímpicos franceses. Os valores aumentaram significativamente em comparação com os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021: € 65 mil, € 25 mil e € 15 mil respetivamente.
“Uma proposta de lei consensual para iniciar a legislatura e dar continuidade a um momento de unidade nacional no hemiciclo!”, lançou o antigo líder do grupo LR na Assembleia Nacional na rede X.
“Isentemos os nossos medalhistas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do imposto sobre as suas medalhas”, acrescentou, anexando o título de uma proposta de lei “que visa isentar de imposto os bônus pagos pelo Estado aos atletas franceses nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos”.
Bicampeão olímpico de judô (1996, 2000) David Douillet abriu o debate descrevendo a imposição desse pagamento como um “escândalo”.
“Para alguns atletas é uma mesada, e para outros, nos esportes pequenos, é enorme. Acho uma pena tributar isso”, afirmou, lembrando que esses atletas obtiveram a medalha após 10, 15 anos de treino.
“Quando um atleta ganha € 80 mil, sabe quanto tempo demora para essa conquista? Entre 10 e 15 anos. Se você distribuir € 80 mil em 15 anos, vai ver o que é”, insistiu.