Quarta-feira, 26 de março de 2025
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Em sessão realizada nesta quinta-feira (20/02), o Senado da Argentina decidiu rechaçar a proposta de criação de uma comissão parlamentar para a investigação do possível caso de estelionato com a criptomoeda $LIBRA, promovida pelo presidente do país, o ultraliberal Javier Milei.

A votação foi apertada e terminou com 47 votos a favor da comissão investigadora, contra 48 que votaram contra a iniciativa que visa esclarecer as responsabilidades do escândalo que afetou mais de 40 mil pessoas.

A proposta não conseguiu conquistar os votos de partidos de direita conservadora, como o Proposta Republicana (PRO), liderado pelo ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), e de centro-direita, como a União Cívica Radical (UCR).

Apesar de ter a palavra “radical” em sua sigla, a UCR representa a social-democracia argentina – ou o “alfonsinismo”, já que a legenda foi fundada pelo ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-1989).

Foram justamente os votos da UCR os mais polêmicos da jornada, já que a proposta de investigação partiu de Pablo Blanco, um senador desse mesmo partido.

Senado da Argentina
Proposta para criação de comissão investigadora contra Milei foi rechaçada com 48 votos contra e 47 a favor

Assinou o projeto e votou contra

O portal El Destape publicou uma matéria mostrando que seis senadores da sigla haviam demonstrado, ao longo da semana, postura crítica ao escândalo envolvendo Milei, mas acabaram votando contra a investigação do caso por parte do Legisltivo.

Os parlamentares que “viraram a casaca”, segundo a reportagem, foram: Eduardo Galaretto, Eduardo Vischi, Mariana Juri, Mercedes Valenzuela, Stella Maris Olalla e Víctor Zimmerman.

Entre eles, o caso mais destacado foi o de Eduardo Vischi, senador que chegou a assinar o projeto, mas acabou votando contra ele, com a alegação de que uma derrota de Milei poderia “fortalecer o kirchnerismo”.

Além do PRO e da UCR, a maioria de 48 votos que rechaçou o projeto da comissão investigadora contou com a unanimidade da bancada do partido governista de extrema direita A Liberdade Avança e mais quatro senadores de movimentos regionalistas.

 

Com informações de El Destape e Página/12.