O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, telefonou para o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para convencê-lo a mandar a secretária de Estado, Condoleezza Rice, abster-se na votação da resolução das Nações Unidas que exige cessar-fogo na Faixa de Gaza. Foi o próprio Olmert quem relatou essa versão a jornalistas ontem (12), segundo reportagem do jornal El Pais.
O premiê conta que pediu para falar com Bush dez minutos antes de o Conselho de Segurança da ONU iniciar a votação, que acabou aprovada por 14 países, com abstenção dos EUA – que, até então, haviam vetado todas as intenções de aprovar uma resolução.
“Quando vimos que a secretária de Estado, por razões que não entendíamos, queria votar a favor da resolução, procurei o presidente Bush e me disseram que estava fazendo um discurso na Filadélfia”, contou Olmert. “Eu respondi: 'Não me importa. Quero falar com ele agora mesmo'”, disse Olmert, que descreveu Bush como um “amigo sem igual de Israel”.
“Tiraram-no de onde estava, levaram-no a outro lugar e eu falei com ele: ‘Vocês não podem votar a favor da resolução'. Bush me respondeu: 'Não sei do que se trata, não a vi e não tenho conhecimento do texto'”. Olmert respondeu: “Confio em você. Não podem votar a favor”.
Olmert conta que Rice ficou envergonhada perante o Conselho de Segurança. “Bush deu a ordem à secretária de Estado e ela não votou a favor de uma resolução que ela mesma preparou, escreveu, organizou e articulou. Rice teve bastante vergonha e se absteve no final”.
A resolução 1.860, adotada pelo Conselho de Segurança na sexta-feira passada, é de cumprimento obrigatório para as duas partes (Hamas e Israel), que resistem em suspender seus ataques, alegando que negociam uma possível trégua por meio do Egito.
NULL
NULL
NULL