Sexta-feira, 11 de julho de 2025
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Eurodeputados de extrema direita reuniram nesta quinta-feira (03/07) as 72 assinaturas necessárias para dar início a uma moção de censura contra a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O processo foi iniciado pelo deputado de extrema direita da Romênia, Gheorghe Piperea, membro do grupo Conservadores e Reformistas Europeus (ECR na sigla em inglês). Ele criticou a falta de transparência de Ursula von der Leyen durante a pandemia da covid-19, principalmente na recusa da presidente em divulgar mensagens trocadas com o CEO da Pfizer, Albert Bourla.

A ideia dos representantes da extrema direita é destituir Ursula von der Leyen da presidência da Comissão Europeia.

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Porém, eurodeputados de outras correntes e ideologias afirmam que esta moção de censura tem poucas chances de ser aprovada.

Tema em debate

Na próxima segunda-feira (07/07) a moção será debatida no Parlamento Europeu e Ursula von der Leyen terá de se defender das acusações feitas pela extrema direita. A votação deve acontecer no dia 10 de julho.

Até lá, qualquer eurodeputado signatário poderá retirar a qualquer momento o apoio à moção. Caso isso aconteça, uma nova revisão será feita. Se o mínimo necessário (72 assinaturas) não for alcançado, o processo é imediatamente interrompido.

Após a votação, é necessário pelo menos dois terços dos votos para que a moção de censura seja aplicada.

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Dati Bendo/Wikicommons

O que pode acontecer

Analistas políticos apontam para dois cenários. O primeiro, e menos provável, é que a moção de censura receba votos suficientes. A Comissão cai e 27 novos comissários terão de ser nomeados. O processo colocaria a União Europeia em um estado de inação.

O segundo cenário, e o mais realista, segundo os analistas, é que a moção de censura seja rejeitada porque a maioria dos grupos, seja de direita ou de esquerda, já anunciou voto contrário.

Mesmo que não consiga a destituição de von der Leyen do cargo, Gheorghe Piperea espera que a iniciativa possa “abrir a Caixa de Pandora”, encorajando novas moções de censura.

“É importante que tenhamos este processo democrático para forçar este tipo de debate. Mesmo que a minha moção não tenha sucesso, provavelmente haverá outras no futuro que serão bem sucedidas”, afirmou o eurodeputado romeno.

Ursula von der Leyen não se pronunciou sobre a moção. Nesta quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia publicou vídeos na rede social X em que aparece ao lado da primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, em visita oficial ao país nórdico.