O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, se reuniu pela primeira vez nesta terça-feira (22/07) com alguns pais das mais de 200 estudantes que foram sequestradas pelo grupo terrorista islâmico Boko Haram em 14 de abril na cidade de Chibok. O encontro também contou com a presença de algumas garotas que conseguiram escapar dos extremistas.
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Efe/ abril
Campanha 'traga nossas garotas de volta', que pede a volta das meninas raptadas, mobilizou protestos em escala global
Segundo o The Guardian, pelo menos 11 dos pais das sequestradas já morreram desde o sequestro em massa: sete em virtude de um ataque extremista na região neste mês e os outros quatro de ataques cardíacos e outras doenças que a comunidade de Chibok atribui ao trauma do incidente em abril.
De acordo com o porta-voz da comunidade de Chibok, Lawan Abana, havia 177 pessoas na reunião da delegação de Jonathan. Segundo um repórter da Associated Press, o evento contou com 51 das 57 meninas que escaparam nos primeiros dias após o sequestro.
Malala Yousafzai
Na segunda passada (14/07), a jovem ativista paquistanesa Malala Yousafzai — que ficou conhecida por lutar pelos direitos das mulheres à educação e por sofrer um atentado do Talibã – foi à capital, Abuja, onde se encontrou com algumas das estudantes que conseguiram escapar dos terroristas e com pais de meninas ainda reféns
“Perguntei ao presidente se era possível ele encontrar os parentes e essas meninas, para incentivá-los e assegurar-lhes que suas filhas vão voltar”, declarou a jovem, segundo AFP.
Efe
A adolescente de 17 anos Malala e Goodluck Jonathan, durante reunião no palácio do líder em Abuja (capital) no último dia 14 de julho
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Durante meses, os pais das garotas pediram para ver o líder nigeriano, mas ele só consentiu após encontro na última semana com Malala. Jonathan justificou que havia recusado a reunião com os pais por acreditar que a campanha internacional #BringBackOurGirls serviu para politizar os sequestros e, consequentemente, criticar seu governo.
Reprodução
Atual líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, aparece em vídeo reivindicando a autoria de um ataque na Nigéria
No encontro, ainda esteve presente o governador Kashim Shettima de Estado de Borno, de onde as meninas foram raptadas. Shettima acusou Jonathan de não fazer o suficiente para salvar as estudantes e irritou o governo com as suas acusações de que os combatentes do Boko Haram estão melhor armados e mais motivados do que o Exército da Nigéria.
Alguns dos pais fizeram declarações públicas pedindo para Jonathan negociar com os sequestradores. Pela troca das meninas, o Boko Haram exige a libertação de membros do grupo detidos — o que o líder nigeriano recusou.