O presidente do Egito, Abdul Fatah al Sisi, anunciou neste domingo (10/04) o estabelecimento do estado de emergência no país, depois dos atentados contra duas catedrais do norte do país, nos quais morreram pelo menos 44 pessoas e mais de 100 ficaram feridas.
Em um discurso transmitido ao vivo pela emissora de televisão estatal, Al Sisi afirmou que o estado de exceção se estenderá por um período de três meses. O anúncio foi realizado depois de “tomar as medidas legais e constitucionais” pertinentes nestes casos, afirmou.
O objetivo do estado de emergência é “proteger o país e preservar (sua segurança)”, disse. A medida do mandatário precisa ser aprovada pelo Parlamento antes de ser colocada em prática, e permite que prisões sejam realizadas sem que mandatos tenham sido expedidos e que qualquer moradia seja revistada. A Casa apoia em sua maioria a decisão.
Ataques
Em um primeiro ataque contra o templo de Mar Guergues (São Jorge, em árabe), na cidade de Tanta, que fica 120 quilômetros ao norte do Cairo, uma bomba explodiu durante uma missa em comemoração ao Domingo de Ramos, que marca o início da Semana Santa. Pouco depois, um segundo atentado com bomba atingiu a catedral de São Marcos, na cidade litorânea de Alexandria,
Agência Efe
Ataques a igrejas em Tanta e Alexandria deixaram mais de 40 mortos neste domingo
NULL
NULL
O presidente egípcio disse que as equipes de segurança vão “intensificar seus esforços para punir os criminosos” que estão por trás dos dois atentados, reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Além disso, solicitou aos meios de comunicação que abordem os acontecimentos com “honestidade, responsabilidade e consciência”.
Em uma mensagem à comunidade internacional, Al Sisi pediu que ela “castigue os países que apoiaram o terrorismo e criaram a ideologia [radical] e trouxeram combatentes [ao Egito] de todo o mundo”.
“Agora somos nós os que pagamos o preço”, comentou o presidente egípcio, que elogiou os cidadãos pelo que chamou de “resistência e paciência” nos últimos anos.
O estado de emergência foi decretado em algumas ocasiões excepcionais em anos passados, depois que esteve em vigor de forma contínua entre 1981 e 2012, quando foi abolido, após a Primavera Árabe no país.