Presos palestinos assinam acordo para suspender greve de fome

Os representantes dos presos palestinos em Israel e a administração penitenciária assinaram nesta segunda-feira (14/05) um acordo para dar fim à greve de fome de mais de mil detentos palestinos. As informações, provenientes de representantes dos detentos, são da agência de notícias France Presse.

“Todos os movimentos palestinos assinaram um acordo na prisão de Ashkelon para suspender a greve de fome”, declarou Qaddura Farès, presidente do Clube dos Prisioneiros Palestinos. A informação foi confirmada por um comunicado da administração penitenciária israelense.

O caso mais grave era o de Thaer Halahle, que está preso sem julgamento nem acusações em um centro de detenção israelense, há mais de 75 dias sem comer.

Outros cinco também se encontram em situação crítica: Hassan Safadi, Omar Abu Shalal, Mohamad Taj, Mahmoud Sarsak e Jaafar Azzedine.

Alguns dos grevistas alternavam o jejum com a ingestão de alimentos de vez em quando, mas a maioria se negava a comer totalmente e recebia apenas água e sais minerais.

A Adamir, associação em defesa dos presos, denuncia represálias e maus-tratos das autoridades israelenses em relação a presos palestinos, como a cobrança de multas aos grevistas (de até 200 dólares diários), contínuas transferências de uma prisão para outra, agressões físicas, cortes de água corrente nas celas e a proibição de ver seus advogados e familiares. Israel, no entanto, nega as acusações.

Os grevistas exigiam o fim das prisões administrativas e as penas de isolamento (que atingem 17 prisioneiros, alguns deles há uma década), melhorias das condições de encarceramento, melhor atendimento de saúde e a possibilidade de receber visitas de familiares e de cursar estudos a distância, entre outros.

O último preso palestino morto por causa de uma greve de fome foi Hassan Abidat, em 1992. De acordo com a Adamir, houve casos anteriores: um em 1984, três em 1980 e o primeiro em 1970.

(*) Com agências de notícias internacionais