O promotor-geral da cidade síria de Hama, Adnan al Bakur, renunciou ao cargo em protesto contra os excessos cometidos pelas forças do regime de Bashar al Assad na região. Após o anúncio, grupos opositores do governo,como os Comitês de Coordenação Local, afirmam que ele teria sido sequestrado, e exigem sua “libertação imediata”.
Em vídeo divulgado pela internet nesta quarta-feira (31/08), Bakur enumerou – com o olhar fixo na câmera e papéis nas mãos – uma série de assassinatos cometidos pelas forças de segurança e por supostos pistoleiros.
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Bakur denunciou a execução de 72 manifestantes e ativistas políticos no dia 31 de julho, cujos corpos foram sepultados em valas comuns na localidade de Al Khalediya, próxima ao quartel militar de Hama.
Foi justamente na véspera do mês de jejum do ramadã quando os tanques do exército sírio irromperam em Hama em meio a um forte tiroteio, e deixaram dezenas de mortos, alegam os opositores.
Bakur afirmou que aproximadamente 420 corpos foram enterrados em valas comuns cavadas nos parques públicos da cidade, transformada em um dos principais alvos dos ataques que buscam aplacar os protestos contra Assad.
“Me pediram para preparar um relatório que dissesse que essas pessoas foram assassinadas por grupos armados”, apontou Bakur, referindo-se ao termo que o regime utiliza para se referir aos opositores.
Além disso, o advogado calculou que aproximadamente 10 mil manifestantes pacíficos foram detidos de forma indiscriminada pelas forças de segurança e que as vítimas das torturas nos quartéis chegam a 320 pessoas.
Ele disse possuir testemunhos e documentos que provam como o exército sírio destruiu casas dos bairros de Al Hamediya e Al Qusur, mesmo com os moradores em seu interior e abandonou os corpos sob os escombros durante vários dias.
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