Com informações da correspondente Stefani Costa, direto de Kazan, na Rússia.
Em um dos últimos eventos da 16ª Cúpula do BRICS, nesta quinta-feira (24/10), o presidente anfitrião, Vladimir Putin, ofereceu uma coletiva aos jornalistas presentes na sede do encontro, em Kazan, na Rússia.
Uma das questões apresentadas ao líder russo durante a entrevista foi a negativa à adesão da Venezuela como país parceiro do bloco. A nova categoria foi criada este ano e incorporou 13 países que passam a formar parte da entidade, mesmo não sendo membros plenos.
A Venezuela era uma das candidatas a ingressar nessa nova categoria, mas seu pedido foi rechaçado devido a um veto do Brasil – é preciso ter unanimidade entre os membros plenos para que uma candidatura seja aceita.
Em sua resposta à pergunta, Putin disse que “a Rússia discorda da posição do Brasil nessa questão”, e acrescentou que o Kremlin “sabe o que está acontecendo na Venezuela”.
“Falamos sobre isso por telefone com o presidente do Brasil (Lula), com quem considero ter relações amistosas. Afirmamos que a Venezuela está lutando por sua independência, por sua soberania”, ressaltou o mandatário russo.
Putin também disse que “a Rússia reconhece que o presidente Maduro venceu as eleições (de julho passado), e venceu de forma justa, formou um governo e desejamos sucesso a esse governo, e ao povo venezuelano”.
“Eu realmente espero que o Brasil e a Venezuela tenham uma reunião bilateral e resolvam suas relações. Conheço o presidente Lula e sei que é um homem muito decente e honesto. Tenho certeza de que é a partir dessa posição, de um ponto de vista objetivo, que ele abordará o tema. Espero que a situação se estabilize”.
Apesar de expressar a posição favorável da Rússia e de discordar da decisão do Brasil, Putin enfatizou que a Rússia não questiona o veto à Venezuela, recordando que “o BRICS tem uma regra segundo a qual para aceitar qualquer candidato novo é necessário o consentimento de todos os participantes. Sem isso, é impossível”.
O BRICS anunciou, nesta mesma quinta, o ingresso de 13 países parceiros. São eles: Argélia, Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Indonésia, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.