O presidente Alberto Fernandez e seu homólogo russo Vladimir Putin formalizaram nesta sexta-feira (04/06), em uma videoconferência, um acordo para a produção da vacina contra o coronavírus Sputnik V – desenvolvida na Rússia pelo Centro Gamaleya – na Argentina.
No país sul-americano, a produção ficará a cargo do laboratório Richmond, e o objetivo é fabricar cerca de 500 mil doses por semana.
“Neste domingo, um avião sairá de Moscou trazendo o ingrediente ativo para que a produção possa começar na Argentina imediatamente”, anunciou o mandatário argentino.
Alberto Fernández afirmou que a Rússia ajudou a Argentina a “obter vacinas” contra o coronavírus quando o mundo não o fez. “A Rússia soube desenvolver a pesquisa, a ciência e a tecnologia como os países mais importantes do mundo”, destacou.
O presidente lembrou que “a Argentina foi o primeiro país da América Latina a aprovar o Sputnik V e o segundo no mundo” e disse estar “muito satisfeito com as conquistas”. Informou ainda que “junto com este princípio ativo virão vacinas também para o Paraguai”.
“Quando falamos de saúde das pessoas, as discrepâncias políticas devem ser deixadas de lado. A vacina é uma das mais eficientes do mundo, com 97,6% de eficácia”, disse o mandatário russo, por sua vez.
Destacou ainda que a Sputnik “está registrada em 66 países” e que “têm tido um caminho muito difícil para o reconhecimento nacional por parte das comunidades científicas e dos seus representantes mais influentes”.
A este respeito, garantiu que “os testes mostram que a nossa vacina é a melhor” entre as produzidas no mundo e afirmou que o medicamento do Instituto Gamaleya servirá para “cooperação mutuamente benéfica e será muito útil para o desenvolvimento mundial, da ciência e da indústria farmacêutica”.
Alberto Fernandez/Twitter
Acordo firmado através de videoconferência prevê que Argentina consiga produzir até 500 mil doses de vacina por semana
A Rússia assinou acordos com 66 países em cinco continentes para fornecer vacinas Sputnik V, mas também com produtores de 20 países para seu desenvolvimento local por meio de associações.
Durante a videoconferência, na qual estiveram presentes representantes de outros países que desenvolvem a vacina, como a Sérvia, foi exibido um vídeo mostrando os benefícios do Sputnik V, com alto nível de eficácia na imunização contra o coronavírus.
Lá foi relatado que 800 milhões de pessoas podem ser vacinadas anualmente em todo o mundo graças ao volume de produção alcançado por meio desses convênios com laboratórios.
O diretor executivo do Fundo Russo para Investimentos Diretos, Kirill Dmitriev, também participou do anúncio.
Nesta quinta-feira, o presidente dos Laboratórios Richmond, Marcelo Figueiras, disse a Télam que a fábrica atual tem capacidade para formular e embalar até 500 mil doses de Sputnik V por semana , embora tenha esclarecido que a produção ficará condicionada à quantidade do princípio ativo que é enviado da Rússia.
O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) notificou Richmond nesta quarta-feira que o Centro Gamaleya havia aprovado as amostras enviadas pelo laboratório argentino à Rússia em abril.
(*) Com Telám.