Quênia cogita retirar tropas do Haiti por falta de financiamento
Presidente queniano afirmou que país recebeu menos de 40% do montante prometido para participar da missão
O presidente do Quênia, enviou uma carta à Organização das Nações Unidas (ONU), acusando o organismo internacional de não cumprir com os compromissos financeiros prometidos em função do envio de tropas do país para a Missão Multinacional de Apoio à Segurança do Haiti (MSS).
A mensagem foi lida nesta sexta-feira (27/06), durante reunião do Conselho de Segurança, principal instância da ONU. Originalmente, ela foi enviada ao presidente da Guiana, Irfaan Ali, já que seu país exerce a presidência temporária do Conselho durante este mês de junho.
Na carta, Ruto afirma que o país recebeu menos de 40% dos US$ 600 milhões prometidos para que suas tropas participassem da MSS, e que, no primeiro ano da missão, entre outubro de 2023 e outubro de 2024, foi entregue apenas US$ 68 milhões, equivalentes a 11% do valor total.
Diante dessa situação, o mandatário queniano expressou que seu governo cogita romper o acordo com a ONU e retirar suas tropas do país caribenho.
“Somos obrigados a reavaliar o compromisso firmado há dois anos atrás”, disse Ruto, exigindo uma decisão decisiva antes do término do mandato atual da missão.
O líder queniano também alertou que acordos fundamentais para o bom funcionamento logístico da missão estão prestes a expirar.

Ruto criticou ‘falta de compromisso’ da ONU com tropas quenianas presentes no Haiti
Presidência do Quênia
Após a leitura da carta, o Conselho de Segurança determinou que o tema será tratado com prioridade em reunião marcada para a próxima segunda-feira (30/06).
600 dias de operação
A Missão Multinacional de Apoio à Segurança do Haiti teve início em outubro de 2023, sob a liderança das forças militares do Quênia.
Segundo o acordo que deu origem à missão, essa liderança deve trabalhar em coordenação com a Polícia Nacional do Haiti, porém, na prática, um dos problemas enfrentados pela missão é justamente a infiltração de grupos armados nas instituições policiais haitianas.
Durante os pouco mais de 600 dias de operação, já participaram da força-tarefa tropas de países como Antigua e Barbuda, Bahamas, Guiana e Jamaica.
O governo do Quênia convidou outros três países a participarem da MSS: Chile, Espanha e Senegal; mas não obteve resposta a essa solicitação.
Com informações de TeleSur.