O presidente do Equador, Rafael Correa, informou neste sábado (29/06) que conversou com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre o caso do ex-técnico da CIA Edward Snowden, que pede asilo ao governo equatoriano após ter sido acusado de revelar informações secretas de Washington.

Em seu habitual relatório emitido aos sábados, Correa indicou que manteve uma conversa telefônica com Biden, que classificou como “sumamente amável, sumamente cordial”. Segundo informações da Agência Efe, o vice-presidente norte-americano pediu para que o Equador não conceda asilo político a Snowden.

Agência Efe

Rafael Correa e Joe Biden conversaram por telefone sobre Edward Snowden

Correa explicou a Biden que a decisão sobre o caso será tomada de maneira soberana por seu país, embora tenha ressaltado que, como o ex-técnico da CIA não se encontra em território equatoriano, ainda não pôde tramitar a solicitação de asilo. Neste sábado, Snowden completou seu sexto dia no aeroporto moscovita de Sheremetievo.

“Nem sequer podemos tramitar a solicitação, já que o senhor Snowden não se encontra em solo equatoriano. Quando ele chegar, se é que ele chegará, e tivermos que tramitar essa solicitação, por sua vontade, vamos ouvir a opinião dos EUA.”, ressaltou Correa.

“Vamos escutar a todos, mas a decisão será tomada por nós e de maneira soberana”, apesar de que, “certamente”, levaremos em consideração “o que tenha que o dito país (EUA) tem a dizer”, completou.

Em entrevista coletiva, Correa lembrou que o Equador pediu aos EUA há muito tempo a extradição dos irmãos e ex-banqueiros Roberto e William Isaias, acusados pela crise financeira que abalou o país entre 1998 e 1999, que também são fugitivos e também não têm passaporte, mas que Washington não concordou em devolvê-los.

“Eu lhe disse (a Biden) o que é a postura equatoriana” sobre o caso Snowden: que “não buscamos esta situação” e que “não nos considerem antiamericanos, como tenta posicionar a imprensa má fé”, assinalou Correa.

O líder equatoriano exaltou os termos de cortesia e cordialidade da conversa com Biden e assegurou que “as portas do diálogo estarão sempre abertas” com Washington.

(*) Com as agências internacionais