O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiteirou, em Lisboa, que “está fora de questão” reconhecer o governo de Porfírio Lobo, eleito presidente de Honduras no domingo (29), após uma conturbada eleição. O nacionalista afirmou ontem que ligará “quantas vezes for necessário” para Lula “para conseguir que nos entenda e nos compreenda.”
“Não, não, não, não. Peremptoriamente não”, afirmou o presidente, que está na capital portuguesa para a Cúpula Ibero-americana. “Este cidadão (Lobo) tem o direito de fazer as gestões que achar que deve fazer. Se acontecer alguma coisa, vamos discutir a coisa nova. Por enquanto, a posição brasileira é de não aceitação do processo eleitoral em Honduras.”
Ainda ontem o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, reagiu à acusação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, de que o Brasil apoiou as eleições iranianas consideradas suspeitas, mas resiste em reconhecer a decisão das urnas em Honduras.
“Essa comparação, além de indelicada, é improcedente. As eleições no Irã foram convocadas pelo governo do Irã sobre o qual não havia nenhuma contestação. As eleições em Honduras foram convocadas por um governo golpista. Se quiser fazer uma comparação, o presidente Arias deve procurar um exemplo mais consistente”, respondeu Garcia.
As posições de Arias e de Garcia evidenciam o racha entre os países que participam da Cúpula tentam costurar uma declaração final sobre o resultado das eleições hondurenhas. Garcia admitiu que não há consenso, mas reiterou que o governo brasileiro não pretende rever sua posição de não reconhecer o pleito hondurenho.
“De consenso, há a condenação do golpe de Estado que apeou o presidente Manuel Zelaya do poder. Para o governo brasileiro, as eleições foram realizadas em grande medida para legitimar o golpe”, disse.
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