Um documento recentemente desclassificado, datado de 22 de agosto de 1950, revelou que o governo dos Estados Unidos sabia da inocência de Ethel Rosenberg, acusada de espionagem, muito antes de seu julgamento em 1951. As informações são do People’s Dispatch.
O texto, difundido por veículos de comunicação norte-americanos, tem trazido um dos mais infames casos de “Red Scare” de volta à atenção pública, gerando indignação quanto a execução de Ethel e seu marido, Julius Rosenberg, condenados por espionagem para a União Soviética.
O casal, que era comunista, foi condenado e executado na cadeira elétrica em 1953, em meio ao período de forte repressão anticomunista na política interna e externa do país.
Julius foi preso em 1950, sob a acusação de compartilhar segredos nucleares com os soviéticos.
A execução dos Rosenberg, na época, gerou protestos tanto de setores comunistas quanto progressistas.
O People’s Dispatch resgatou, ainda, o poema “The Rosenbergs”, escrito por W.E.B. Du Bois, que criticava a decisão: “Nós somos os assassinos arremessando lama;/Nós, os caçadores de bruxas, bebendo sangue;/Para nós gritam todos os linchados,/Os milhares de pessoas agredidas/Os milhões de mortos em uma guerra inútil”.
Os descendentes de Ethel e Julius agora pedem que o presidente Joe Biden faça uma proclamação oficial reconhecendo que Ethel foi condenada injustamente.
Jennifer Meeropol, neta dos Rosenberg e diretora-executiva do Rosenberg Children’s Fund, afirmou: “O presidente Biden tem o poder de corrigir essa injustiça histórica, reparar o dano causado à minha família e trazer paz ao meu pai e ao meu tio em suas vidas”.
Ela também destacou: “O Rosenberg Fund for Children foi criado por meu pai, Robert, há quase 35 anos, em memória de seus pais e como um testemunho da comunidade de pessoas progressistas que apoiaram ele e seu irmão quando sua família foi alvo de perseguição. O RFC se junta ao meu pai e ao meu tio para pedir ao presidente Biden que aja rapidamente para resolver essa grave injustiça”.