Segunda-feira, 9 de junho de 2025
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O Reino Unido e a União Europeia realizam nesta segunda-feira (19/05), em Londres, a primeira cúpula com o objetivo de “restaurar” o vínculo entre as duas partes cinco anos após o Brexit, embora a reunião esteja cercada de dificuldades para aproximar posições e chegar a um acordo sobre vários temas, como comércio e segurança.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, recebe o presidente do Conselho Europeu, António Costa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a alta representante da União Europeia para política externa, Kaja Kallas, na Lancaster House, no centro de Londres.

Quando chegou ao poder em julho de 2024, o líder trabalhista prometeu um novo relacionamento com o clube da União Europeia, especialmente em questões de segurança para lidar com a ameaça que a Rússia representa para a Europa após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.

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Ambos os lados têm interesse em uma reaproximação nessas áreas, tendo como pano de fundo um impulso de rearmamento na Europa em face da ameaça russa e uma perda de confiança no compromisso de segurança dos Estados Unidos em relação à Europa sob a presidência de Donald Trump.

Dificuldades nas negociações

O objetivo da reunião de Londres é chegar a um acordo que abranja várias áreas, embora os negociadores tenham admitido que há dificuldades e que continuarão a conversar até o último minuto.

O secretário de Estado do gabinete, Nick Thomas-Symonds, admitiu neste domingo à Sky News que “ainda não há um acordo definitivo. Estamos nas últimas horas. Eu sempre esperei um acordo muito apertado, porque estamos negociando duro no interesse nacional”.

Ele disse que o governo busca negociar um acordo sobre produtos alimentícios como parte de um pacto bem-sucedido, bem como o processo de controle de passaportes para turistas britânicos na União Europeia.

“Eu adoraria que eles pudessem atravessar a fronteira mais rapidamente dessa forma. Certamente é algo pelo qual estamos lutando com a União Europeia e acho que será muito útil para os britânicos”, acrescentou.

Premiê britânico Keir Starmer em reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
Partido Trabalhista do Reino Unido

Como parte do acordo, o governo do Reino Unido poderá aceitar uma proposta da União Europeia sobre mobilidade de jovens, bem como facilitar os controles de passaportes para que os turistas britânicos possam usar portões eletrônicos ao chegar a destinos europeus.

O acordo também tratará, entre outras coisas, de medidas sanitárias e fitossanitárias, segurança interna e migração.

Starmer defendeu no sábado que o programa de mobilidade juvenil recíproca com a União Europeia não significaria um retorno à livre circulação, que o Reino Unido abandonou após o Brexit e é uma linha vermelha.

O programa permitiria que os jovens de ambos os lados estudassem, trabalhassem ou vivessem no território britânico e da União Europeia, respectivamente, por um determinado período de tempo.

Otimismo após pactos com Índia e EUA

Starmer disse que espera concluir um acordo com a União Europeia na segunda-feira, seguindo os acordos comerciais das últimas semanas com a Índia e os Estados Unidos, que permitem que as tarifas sobre uma ampla gama de produtos fabricados no Reino Unido sejam reduzidas ou eliminadas.

Uma parceria melhor com a União Europeia beneficiará os trabalhadores e gerará mais receita, disse o governo em um comunicado neste domingo.

“Nesses tempos de grande incerteza e volatilidade, o Reino Unido não responderá com complacência, mas assumindo com orgulho seu lugar no cenário mundial, fortalecendo nossas alianças e fechando acordos para o benefício do povo britânico”, afirmou o premiê na nota.

“Primeiro a Índia, depois os Estados Unidos: somente nas duas últimas semanas, empregos foram salvos, o crescimento foi acelerado e os salários foram aumentados. Mais dinheiro nos bolsos dos trabalhadores britânicos, conseguido por meio de acordos”, acrescentou.