O ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, apresentou hoje (20/10) o maior programa de cortes orçamentários em décadas, com o objetivo de reduzir o déficit e recuperar a economia. Dentre as medidas mais dramáticas estão o corte de 490 mil empregos públicos e o corte total dos gastos públicos em 19% (130 bilhões de libras ou 344 bilhões de reais), ambos num espaço de quatro anos. O governo também anunciou que a idade mínima para aposentadoria será aumentada de 64 para 66 anos até 2020, para homens e mulheres.
Em declaração na Câmara dos Comuns, o ministro garantiu que as medidas são “inevitáveis”, mas assegurou que o governo de coalizão entre conservadores e liberais-democratas conseguiu desde maio tirar o país da “zona de perigo” para situá-lo no caminho da “responsabilidade”. Protestos contra os cortes foram marcadas para esta quarta-feira em Londres e outras cidades britânicas.
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Além disso, Osborne revelou que todos os benefícios do governo para cidadãos em idade para trabalhar serão substituídos por um crédito universal: “Nenhuma família que não tem membros trabalhando receberá mais benefícios do que as outras famílias que trabalham”, afirmou o ministro, segundo o Daily Telegraph.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que os cortes são “difíceis, mas justos” e tentou tranquilizar a população quanto à extinção de postos de trabalho: “Claramente esse é um momento de ansiedade para queles que trabalham no setor público, mas temos um plano que se estenderá por quatro anos, não é algo que acontecerá todos os dias”, disse, de acordo com comunicado.
Crise
A Grã-Bretanha tem hoje o maior déficit público de sua história, de mais de 150 bilhões de libras (cerca de R$ 398 bilhões). O valor equivale a 11% do PIB do país, um dos níveis mais altos entre as nações ricas.
Nos próximos quatro anos, os cortes de gastos do governo britânico devem chegar a 83 bilhões de libras (cerca de R$ 220 bilhões). Também espera-se a elevação de impostos para incentivar a arrecadação em 29 bilhões de libras (cerca de R$ 77 bilhões).
Os anúncios de hoje eram aguardados desde as eleições de maio, quando o Partido Conservador venceu com a bandeira de tomar uma “ação urgente” para equilibrar as contas públicas. Logo após a posse, o governo já havia anunciado cortes de mais de 6 bilhões de libras (cerca de R$ 16 bilhões) ainda neste ano fiscal.
Ontem, foram anunciados cortes de 8% do orçamento de Defesa no Reino Unido. Mais de 40 mil postos de trabalho devem ser cortados no ministério e nas Forças Armadas do país.
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