Brasil e Argentina continuam negociando uma política industrial conjunta, apesar das divergências comerciais que mantêm com frequência. Amanhã (18) e sexta-feira (19), representantes dos dois países estarão reunidos em Buenos Aires para uma série de reuniões em que discutirão o assunto.
Os planos, que incluem propostas de investimentos conjuntos para a integração dos dois parques produtivos, envolvem 13 setores, desde laticínios até veículos espaciais. As negociações serão conduzidas pelo presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Reginaldo Arcuri, pelo secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, e por representantes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), da Camex (Câmara de Comércio Exterior) e do Ministério das Relações Exteriores.
“A expectativa é que o programa de política industrial comece imediatamente, pois há um nível avançado de negociação política conduzido pelo ministro Miguel Jorge [do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior] e pela ministra argentina de Produção, Debora Giorgi”, disse Arcuri à Agência Brasil. “É uma articulação à parte das negociações comerciais”.
Nos dois dias de reuniões na capital argentina, os negociadores deverão trocar informações sobre as áreas de interesses dos dois países, apresentar propostas de método para a execução do programa e sugerir um cronograma de ações. Segundo Arcuri, o objetivo é compartilhar eficiência e desenvolver novas tecnologias.
Estudos realizados pela consultoria de negócios Abeceb indicam que há pelo menos 13 setores que atraem investimentos e abrem chances para a competitividade internacional. A relação de produtos inclui derivados de amido, bebidas, aeronaves, veículos espaciais e autopeças. Para Arcuri, é fundamental não apresentar uma lista fechada, e sim opções para negociar.
“É uma negociação que envolve os setores públicos e privados dos dois países. Por isso, é necessário buscar alternativas. Não é ir com um plano fechado, mas com possibilidades de acordo”, disse Arcuri.
Know-how brasileiro
Os estudos, encomendados pelos brasileiros, mostram também que é necessário concentrar atenção em áreas como a produção de madeira e papel, a extração mineral, a exploração de biodiesel e a produção de máquinas agrícolas.
As análises sugerem ainda a possibilidade de aproveitar a mão-de-obra qualificada por parte do Brasil, atendendo a interesses do mercado argentino. Os setores indicados neste campo seriam a construção civil, transporte, logística e software.
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