Revolução Cidadã processa órgão eleitoral por uso de ‘canetas mágicas’ nas eleições do Equador
Advogado do partido afirma ter provas periciais da utilização de material com tinta de secagem lenta no pleito, o que teria possibilitado fraude
O partido Revolução Cidadã apresentou nesta quinta-feira (29/05) uma denúncia contra o Conselho Nacional Eleitoral do Equador (CNE) pelo crime de peculato, devido a problemas com a tinta das canetas utilizadas no segundo turno das eleições presidenciais do país, realizado em 13 de abril.
Segundo o advogado Carlos Bravo, que representa o partido, “a ação inclui provas periciais a partir de um estudo feito pelo Instituto Canário de Análise Criminológica (ICAC) de que, durante o segundo turno, foram utilizadas canetas com tinta de secagem lenta, o que permite a alteração mais fácil dos registros posteriormente, em vez das esferográficas com tinta de secagem instantânea, que são as recomendadas para esses casos”.
“O processo utilizou canetas da marca INKreible, que é utilizada inclusive em números circenses e em shows de mágica, justamente porque ela permite a realização de truques, e o truque neste caso foi a fraude massiva que nós observamos no segundo turno destas eleições”, afirmou Bravo, em uma coletiva para meios locais realizada minutos após a apresentação da demanda judicial.
O advogado acrescentou que “a Procuradoria Geral tem o dever de investigar a partir das provas que estamos apresentando, e demonstrar que tipo de caneta foi adquirido nos contratos do CNE, porque o resultado dessa investigação pode deixar em evidência a necessidade de uma auditoria mais profunda das urnas deste segundo turno, algo que o CNE até agora está insistindo em não permitir”.

CNE Equador
Pedido de auditoria
Antes da denúncia apresentada nesta quinta, o Revolução Cidadã já havia pedido uma auditoria das urnas utilizadas no segundo turno, solicitação que foi negada pelo CNE.
Além das irregularidades durante a contagem dos votos, o partido de esquerda alega que houve outros abusos por parte do poder público para favorecer o presidente de extrema direita Daniel Noboa, que acabou sendo reeleito segundo o resultado oficial.
Entre as irregularidades apontadas pelo Revolução cidadã estão: o controle militar e logístico durante todo o processo eleitoral, o decreto de Estado de emergência dois dias antes da votação, e a produção dos kits eleitorais (cédulas, canetas e urnas) por uma única empresa, a Montgar, sob supervisão militar.
Segundo o resultado oficial do pleito, Noboa venceu as eleições com 55,63% dos votos, contra 44,37% de Luisa González, candidata do Revolução Cidadã.
Com informações de TeleSur e El Universo.
