Segunda-feira, 9 de junho de 2025
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O partido Revolução Cidadã apresentou nesta quinta-feira (29/05) uma denúncia contra o Conselho Nacional Eleitoral do Equador (CNE) pelo crime de peculato, devido a problemas com a tinta das canetas utilizadas no segundo turno das eleições presidenciais do país, realizado em 13 de abril.

Segundo o advogado Carlos Bravo, que representa o partido, “a ação inclui provas periciais a partir de um estudo feito pelo Instituto Canário de Análise Criminológica (ICAC) de que, durante o segundo turno, foram utilizadas canetas com tinta de secagem lenta, o que permite a alteração mais fácil dos registros posteriormente, em vez das esferográficas com tinta de secagem instantânea, que são as recomendadas para esses casos”.

“O processo utilizou canetas da marca INKreible, que é utilizada inclusive em números circenses e em shows de mágica, justamente porque ela permite a realização de truques, e o truque neste caso foi a fraude massiva que nós observamos no segundo turno destas eleições”, afirmou Bravo, em uma coletiva para meios locais realizada minutos após a apresentação da demanda judicial.

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O advogado acrescentou que “a Procuradoria Geral tem o dever de investigar a partir das provas que estamos apresentando, e demonstrar que tipo de caneta foi adquirido nos contratos do CNE, porque o resultado dessa investigação pode deixar em evidência a necessidade de uma auditoria mais profunda das urnas deste segundo turno, algo que o CNE até agora está insistindo em não permitir”.

Partido Revolução Cidadã questiona o material comprado pelo CNE e utilizado no segundo turno das eleições presidenciais
CNE Equador

Pedido de auditoria

Antes da denúncia apresentada nesta quinta, o Revolução Cidadã já havia pedido uma auditoria das urnas utilizadas no segundo turno, solicitação que foi negada pelo CNE.

Além das irregularidades durante a contagem dos votos, o partido de esquerda alega que houve outros abusos por parte do poder público para favorecer o presidente de extrema direita Daniel Noboa, que acabou sendo reeleito segundo o resultado oficial.

Entre as irregularidades apontadas pelo Revolução cidadã estão: o controle militar e logístico durante todo o processo eleitoral, o decreto de Estado de emergência dois dias antes da votação, e a produção dos kits eleitorais (cédulas, canetas e urnas) por uma única empresa, a Montgar, sob supervisão militar.

Segundo o resultado oficial do pleito, Noboa venceu as eleições com 55,63% dos votos, contra 44,37% de Luisa González, candidata do Revolução Cidadã.

Com informações de TeleSur e El Universo.