Domingo, 20 de julho de 2025
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Atualizada às 14h39

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, renunciou nesta terça-feira (21/11) ao cargo, segundo comunicado lido pelo Parlamento do país. O país se encontrava em um caos político após militares intervirem no governo e manterem o agora ex-presidente em custódia. A emissora britânica BBC reporta comemorações da população nas ruas da capital, Harare.

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Uma carta que teria sido escrita por Mugabe anunciando sua renúncia foi entregue ao Parlamento enquanto os procedimentos para o pedido de impeachment, que havia sido aberto nesta terça, eram debatidos. A leitura da carta foi seguida por aplausos dos presentes. 

“Eu, Robert Gabriel Mugabe, formalmente profiro minha renúncia como presidente do Zimbábue com efeito imediato”, dizia a carta, de acordo com a agência de notícias Reuters. Ele estava no poder – seja como primeiro-ministro, seja como presidente – desde 1980.

Mugabe vinha recusando pedidos de renúncia após a crise política causada pela intervenção militar que ocorreu na última quarta-feira (15/11), onde o agora ex-presidente e sua família – incluindo a primeira-dama Grace Mugabe, cotada para substituí-lo – foram mantidos em custódia.

A intensificação do movimento que pedia a renúncia ocorreu após o provável sucessor de Mugabe, Emmerson Mnangagwa, quebrar o silêncio e pedir que Mugabe “aceitasse a vontade das pessoas” e renunciasse.

País se encontrava em um caos político após militares intervirem no governo e manterem o agora ex-presidente em custódia

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Government ZA/Flickr CC

Robert Mugabe renunciou à Presidência do Zimbábue, segundo anúncio feito pelo Parlamento

“O povo do Zimbábue falou com uma voz ao meu apelo de que ele [Mugabe] deveria dar atenção a este pedido e se demitir imediatamente para que o país possa avançar e preservar seu legado”, afirmou Munangagwa. 

Munangawa, que está afastado do país e não fez aparições públicas durantes as últimas semanas, havia afirmado que voltaria ao país “assim que prevalecerem as condições corretas de segurança e instabilidade”. O possível sucessor de Mugabe alega ter medo de ser assassinado.

A primeira ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou que “a renúncia de Robert Mugabe Fornece ao Zimbábue a oportunidade de forjar um novo caminho livre da opressão que caracterizou seu governo (…) Como velha amiga do Zimbábue nós faremos tudo o que pudermos para dar apoio (…) para ajudar o país a alcançar um futuro brilhante”.