O Tribunal Constitucional da Romênia determinou nesta quinta-feira (28/11) a recontagem dos votos do primeiro turno das eleições presidenciais, a fim de esclarecer alegações de fraude. As informações são do portal de notícias Digi24.ro.
O nacionalista de extrema direita Călin Georgescu, aliado de Moscou, venceu de forma inesperada o pleito com 23% dos votos, superando candidatos mais estabelecidos e surpreendendo o cenário político romeno.
Tal decisão se deu após queixas de fraude eleitoral apresentadas por candidatos derrotados, incluindo Christian Terheș e Sebastian Popescu, que acusaram Georgescu de enganar os eleitores e de ser apoiado por financiamentos externos para sua campanha. No entanto, o órgão rejeitou a queixa contra Georgescu relacionada a um alegado apoio financeiro ilícito.
Călin Georgescu, um ‘fenômeno’ no TikTok
Georgescu, um ex-especialista em desenvolvimento sustentável, usou intensivamente o aplicativo TikTok para impulsionar sua campanha, criando o que a Euronews chamou de um verdadeiro “fenômeno digital”.
Seus vídeos, que retratam sua vida pessoal e alinhamento político, geraram grande repercussão, com mais de 52 milhões de visualizações nos dias que antecederam o primeiro turno.
A popularidade repentina gerou preocupações de manipulação, com autoridades romenas, incluindo o vice-presidente da ANCOM, Pavel Popescu, pedindo a suspensão do TikTok no país devido à possível influência de bots em sua campanha.
Apesar de sua vitória, Georgescu enfrenta críticas por seu apoio ao presidente russo Vladimir Putin e por sua postura contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a União Europeia (UE).
A candidata de centro-direita Elena Lasconi, que enfrenta Georgescu no segundo turno, acusou-o de ser pró-Rússia e de querer isolar a Romênia do Ocidente. Apesar disso, o político nega ser um extremista e enfatizando que seu objetivo é reforçar os “valores europeus” enquanto busca uma identidade nacional independente.
A recontagem dos votos e o crescente debate sobre a influência das redes sociais nas eleições aumentam as tensões políticas na Romênia, país que, até então, era visto como um aliado confiável da UE e da OTAN.