O Tribunal Constitucional da Romênia se prepara para decidir se o primeiro turno da eleição presidencial de 24 de novembro será anulado, após uma recontagem dos votos; a decisão pode resultar em um novo pleito, que seria marcado para 15 de dezembro, seguido pelo segundo turno duas semanas depois, conforme explica Toni Greblă, chefe do conselho eleitoral do país, nesta sexta-feira (29/11).
O primeiro turno foi levado por Călin Georgescu, um candidato de extrema direita, que venceu com uma votação expressiva, embora inicialmente estivesse com apenas 5% nas pesquisas de intenção de voto. As informações são do jornal britânico The Guardian.
A presidência romena revelou, na última quinta-feira (28/11), que uma investigação detectou esforços cibernéticos para influenciar a eleição, com o envolvimento de bots, principalmente no TikTok, plataforma na qual Georgescu teve grande exposição.
No entanto, o TikTok nega qualquer irregularidade, afirmando que aplica suas diretrizes de combate à desinformação eleitoral de maneira rigorosa.
Georgescu, que não teve orçamento para sua campanha, foi criticado por suas posições polêmicas, incluindo a negação da Covid-19 e o elogio a figuras fascistas romenas da Segunda Guerra Mundial.
O caso também levanta preocupações sobre a confiança nas instituições do país, especialmente após a proibição de outro candidato de extrema direita de disputar a eleição.
O tribunal também deve considerar uma petição para anular a votação, apresentada pelo político conservador Cristian Terhes.
Além disso, as eleições parlamentares ocorrerão no próximo domingo (01/12), com grande impacto sobre o futuro político da Romênia, um aliado estratégico da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), especialmente em relação ao apoio à Ucrânia.