Rublo volta a cair e Putin afirma que Rússia sairá da crise em no máximo dois anos
Presidente russo reconheceu que país não deu passos necessários para "diversificar economia", dependente das exportações de hidrocarbonetos
Após recuperação verificada na quarta-feira (17/12), o rublo voltou a cair nesta quinta-feira (18/12) como resultado das declarações do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que apoiou a atuação do Banco Central diante da queda da moeda do país. Em coletiva de imprensa anual, o líder russo assegurou que em dois anos, “nas circunstâncias mais desfavoráveis”, a economia russa sairá da atual crise econômica.
Agência Efe
Putin afirmou que queda do rublo não afetará população do país
Durante a abertura do mercado nesta quinta (18/12), a cotação era de 60 rublos por dólar. Após as declarações do mandatário, a moeda caiu para 64 rublos por dólar. Desde o início do ano, a moeda já perdeu quase 60% do valor em relação ao dólar.
O mandatário atribuiu a crise atravessada pelo país a fatores externos, como a forte queda do preço do petróleo. “Nossa economia sairá de sua situação atual. Quanto tempo levará? Nas circunstâncias mais desfavoráveis, acredito, dois anos”, afirmou diante de centenas de jornalistas russos e estrangeiros.
Apesar de creditar a desvalorização do rublo e da bolsa russa à queda do petróleo, Putin reconheceu que a Rússia não deu os passos necessários para “diversificar sua economia”, altamente dependente das exportações de hidrocarbonetos.
O chefe do Kremlin assegurou, no entanto, que a saída da crise e posterior crescimento da economia russa são “inevitáveis” e poderiam acontecer inclusive antes de dois anos.
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“A conjuntura econômica mudará e com o crescimento da economia mundial recursos energéticos adicionais serão requeridos”, disse Putin, que ao mesmo tempo não descartou a possibilidade de que o preço do petróleo continue caindo.
Putin aproveitou para criticar os parceiros ocidentais e classificou o sistema de defesa antimíssil como o maior problema das relações internacionais atualmente: “o sistema de defesa antimíssil junto das nossas fronteiras não será um muro? Ninguém parou. É nisso que consiste o maior problema das relações internacionais do dia de hoje – os nossos parceiros não pararam, acharam que eles são vencedores, que eles são agora um império e que tudo o resto são vassalos nos quais se deve exercer mais pressão”, disse Putin.
“É nisso que consiste o problema – não pararam de construir muros apesar de todas as nossas tentativas e gestos de trabalhar em conjunto sem quaisquer linhas divisórias na Europa e no mundo em geral”, acrescentou.
