A Rússia denunciou nesta segunda-feira (14/10) que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está alimentando tensões na Europa Ocidental ao realizar exercícios nucleares, em meio ao contexto da guerra na Ucrânia.
“No contexto da quente fase de guerra travada no âmbito do conflito ucraniano, este tipo de manobra [nuclear] apenas conduz a uma nova escalada de tensão”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
O representante de Moscou declarou que a Rússia “nunca se moveu em direção à OTAN com sua infraestrutura militar”, mas sempre ocorreu o “processo reverso”.
Ao comentar sobre a análise ocidental de que as Forças Armadas da Rússia representam perigo, Peskov classificou a visão como “absolutamente errado e ilógico”, além de contradizer “todo o curso da história, que levou ao confronto que vivemos hoje”, referindo-se à guerra contra Kiev.
“Todos nós conhecemos as ondas de expansão da OTAN. Há definitivamente um entendimento de quem é um perigo para quem”, acrescentou.
A OTAN iniciou o que denomina de “exercício nuclear anual”, que ocorre todos os meses de outubro, também na última segunda-feira, com dois mil militares de oito bases aéreas, e mais de 60 aeronaves realizando “voos de treinamento” sobre a Europa Ocidental, em especial no espaço aéreo da Dinamarca, Reino Unido e o Mar do Norte.
Com previsão de durar duas semanas, a aliança afirmou que as manobras “envolvem jatos de combate capazes de transportar ogivas nucleares dos Estados Unidos, mas não envolvem nenhuma arma real”.
Apesar das capacidades nucleares que as aeronaves carregam, o secretário-geral do grupo militar, Mark Rutte, alega que “a dissuasão nuclear é a pedra angular” de sua segurança.
“Steadfast Noon [como foi nomeado o teste nuclear anual] é um teste importante da dissuasão nuclear da Aliança e envia uma mensagem clara a qualquer adversário de que a OTAN protegerá e defenderá todos os Aliados”, informa seu comunicado.
O documento ainda garantiu que a OTAN “está tomando medidas para garantir a segurança, proteção, eficácia e credibilidade do dissuasor nuclear” da aliança, de modo que “a primeira aeronave de caça F-35A aliada da Holanda foi declarada pronta para desempenhar funções nucleares”.
A aliança também alega que com suas capacidades nucleares tem como propósito “preservar a paz, evitar a coerção e dissuadir a agressão” e que apenas permanece como uma “aliança nuclear” porque “as armas nucleares existem”.
Já Peskov garantiu que Moscou está fazendo “todo o necessário para garantir sua segurança e tem o potencial necessário” para tal.
(*) Com Sputnik