Começou nesta quarta-feira (26/06), a portas fechadas no tribunal de Ecaterimburgo, o julgamento do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, preso na Rússia acusado de espionagem. A próxima audiência será no dia 13 de agosto.
O repórter do The Wall Street Journal, de 32 anos, é o primeiro repórter ocidental a ser acusado de espionagem no país desde a era soviética, e está preso desde março de 2023.
A imprensa credenciada teve acesso brevemente ao plenário antes do início dos trabalhos, e o jornalista foi fotografado em um box de vidro, com a cabeça raspada, vestindo uma camisa social escura.
O profissional, que também trabalhou para a Agência France-Presse em Moscou entre 2020 e 2022, é acusado de ter recolhido para a CIA informações sensíveis sobre um dos principais produtores de armas do país, a empresa Uralvagonzavod.
A embaixada norte-americana na Rússia declarou que as autoridades não forneceram nenhuma prova, e pediu que Gershkovich seja solto imediatamente. Ele também nega as acusações, assim como a empresa, que destaca que o homem estava no país a trabalho, com autorização do Kremlin.
Em uma entrevista há alguns meses, o presidente russo, Vladimir Putin, deu a entender que estaria disposto a liberar o repórter em troca da libertação de Vadim Krasikov, um ex-agente da inteligência russa detido na Alemanha sob a acusação de ter matado um ex-comandante dos separatistas chechenos.
Assim, a embaixada dos EUA acusou Moscou de usar indivíduos como Gershkovich como “mercadoria” em trocas de prisioneiros.
(*) Com Ansa