Rússia confirma que 24 chefes de Estado estarão presentes na cúpula do BRICS

O governo da Rússia anunciou nesta quinta-feira (10/10) que a próxima cúpula do BRICS, que será realizada no país, contará com delegações de 32 países, entre as quais 24 serão lideradas pelos respectivos chefes de Estado.

O evento acontecerá entre os dias 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan e será o primeiro organizado após a primeira ampliação do bloco, quando ele passou a contar não somente com os membros fundadores (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países cujas iniciais em inglês formam a sigla da entidade) como também com as cinco nações ingressadas em 2023: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

Os chefes de Estado de nove dos dez atuais países membros do BRICS estarão presentes na Rússia – a exceção será a Arábia Saudita, que será representada por seu ministro chanceler, o príncipe Faisal bin Farhan. Também estarão presentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Narendra Modi (Índia), Xi Jinping (China), Cyril Ramaphosa (África do Sul), Abdul Fatah Khalil (Egito), Mohammed bin Zayed (Emirados Árabes), Sahle-Work Zewde (Etiópia) e Masoud Pezeshkian (Irã), além do anfitrião, o russo Vladimir Putin.

O conselheiro da Presidência da Rússia, Yuri Ushakov, ligado à organização da cúpula, afirmou que o encontro deste ano “pode se tornar o maior evento de política externa alguma vez organizado em nosso país”.

“Nós enviamos convites para representantes de 38 Estados, dos quais 32 já confirmaram sua participação, e 24 anunciaram a presença de suas máximas autoridades. Além disso, o presidente (Vladimir) Putin já agendou reuniões bilaterais com 20 líderes que estarão em Kazan”, ressaltou o assessor.

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Além dos chefes de Estado, também irão ao evento o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o português António Guterres; o líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas; e a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff (2010-2016), que preside o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, por sua sigla em inglês, embora a entidade seja mais conhecida como Banco do BRICS) desde abril de 2023.

Temas importantes

A grande presença de chefes de Estado na Cúpula do BRICS gerou um incremento das especulações sobre a ampliação do bloco, com o ingresso de novos países membros, que é um dos temas mais importantes em todos os encontros realizados anualmente.

À exceção dos dez membros já efetivos, todos os demais 22 países que confirmaram sua presença na cúpula – tanto os 15 que serão representados por seus chefes de Estado quanto sete que enviarão outras altas autoridades – são candidatos a serem novos integrantes da entidade.

Outro tema importante para o BRICS tem a ver com o processo de desdolarização das relações comerciais entre os países membros do bloco.

A cúpula deverá abordar os avanços na criação de um sistema de pagamentos que utiliza as moedas nacionais dos países, excluindo completamente a utilização do dólar norte-americano nessas transações.

Finalmente, a postura do bloco com relação ao massacre cometido por Israel contra o povo palestino residente na Faixa de Gaza, que completou um ano na última segunda-feira (07/10), também deve ser um dos temas destacados.

A presença já confirmada do líder da ANP, Mahmoud Abbas, é lida por grande parte de imprensa internacional como um indício de que o bloco deve apresentar uma postura em conjunto favorável à causa palestina e à criação de um Estado palestino soberano.

Porém, a escalada do conflito por iniciativa de Tel Aviv, com bombardeios frequentes contra o Líbano e a Síria promovidos pelas forças israelenses, faz com que se especule sobre a possibilidade de uma medida que inclua também um repúdio a essa nova fase da guerra no Oriente Médio.