Terça-feira, 8 de julho de 2025
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O Kremlin confirmou nesta terça-feira (15/02) o início da retirada de tropas russas que estão posicionadas perto das fronteiras com a Ucrânia. O governo russo evoca um “processo normal” e denuncia a “histeria” ocidental sobre uma suposta invasão iminente da ex-república soviética.

“Dissemos desde o começo que, após o fim dos exercícios, as tropas retornariam aos quartéis. O que está acontecendo é o procedimento habitual”, declarou aos jornalistas o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov. Ele afirmou que, no futuro, Moscou vai organizar “mais exercícios em toda Rússia” e reivindicou o direito do país a realizar manobras em seu território.

Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, afirmam que a Rússia prepara uma invasão da Ucrânia. Neste contexto, Peskov denunciou uma “campanha absolutamente sem precedentes destinada a aumentar as tensões”. Para o porta-voz, “esse tipo de histeria não tem nenhum fundamento.”

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O anúncio acontece pouco antes da chegada do chanceler alemão, Olaf Scholz, a Moscou, para negociar com o presidente russo e tentar encontrar uma saída para a crise diplomática e evitar uma guerra na Ucrânia.

O embaixador russo na União Europeia, Vladimir Chizhov, disse que a Rússia vai reagir “se cidadãos russos morrerem onde quer que seja”, inclusive na região separatista do Donbass, palco de uma guerra civil contra separatistas pró-Rússia desde 2014.

Porta-voz da Presidência russa disse que, no futuro, serão organizados 'mais exercícios' em todo país, reivindicando o direito de realizar manobras na Rússia

Reprodução/ @mod_russia

Retirada de tropas russas que estão posicionadas perto das fronteiras com a Ucrânia começou nesta terça

As declarações foram divulgadas pela agência russa de notícias RIA. De acordo com o diplomata, a Ucrânia será invadida somente se a Rússia não tiver outra alternativa. “Se os ucranianos lançarem um ataque, não se surpreendam se nós contra-atacarmos, disse. Os separatistas do Donbass, apoiados pela Rússia, acusam Kiev de preparar uma ofensiva contra o movimento rebelde e a Ucrânia afirma que a Rússia prepara uma invasão.

EUA muda embaixada de Kiev

Na véspera, ainda alertando sobre uma invasão iminente da Rússia, Washington fechou sua embaixada em Kiev e a deslocou mais para o oeste do país. Os Estados Unidos decidiram “realocar temporariamente” sua embaixada na Ucrânia para a região, anunciou o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, em comunicado nesta segunda-feira (14/02).

Poucas pessoas continuavam na embaixada norte-americana em Kiev desde que o Departamento de Estado anunciou, no último fim de semana, a suspensão dos serviços consulares. A partir de agora, o prédio está totalmente fechado e a bandeira norte-americana foi recolhida. Os poucos diplomatas restantes estão sendo redirecionados para Lviv, perto da fronteira com a Polônia.

O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, explicou que a preocupação principal é com a segurança dos funcionários, mas que a medida poderá ser cancelada assim que for possível. Ele reforçou o apelo para que cidadãos norte-americanos que ainda estejam na Ucrânia deixem o país imediatamente.

Blinken também indicou que Washington continuará seus “esforços sinceros para uma solução diplomática”. “O canal diplomático permanece aberto se a Rússia decidir dialogar de boa fé”, insistiu. O governo dos EUA diz que uma invasão russa da Ucrânia pode ocorrer ainda nesta semana.